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Crediário resiste e dá fôlego a lojas

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Crediário resiste e dá fôlego a lojas

Mesmo com a popularização do cartão de crédito, o crediário resiste como meio de pagamento e ainda ajuda lojas a terem um fôlego maior em meio à crise econômica. Isso porque é opção a mais para o consumidor quando falta condições para realizar compras à vista. Em Goiás, a modalidade registra alta este ano em comparação com 2018. 

Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, foram mais de 1,9 milhão de consultas de seus associados ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), no primeiro semestre de 2019, para concessão de prazos para pagamentos, o que inclui em maior parte o crediário. A média mensal ficou 11,82% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil nas capitais do País também mostra a resistência do crediário (carnê, boleto ou cartão para compras exclusivas em uma loja). Três em cada dez brasileiros fizeram uso nos últimos 12 meses. Parcela que pode ser ainda maior em cidades do interior goiano, segundo a gerente de Negócios da CDL Goiânia, Dina Marta Correia Batista. 

Ela avalia que a opção para parcelamento de compras tende a crescer com implementação do cadastro positivo, que está em curso. Isso porque possibilitará crediário flexibilizado, com análise mais assertiva e juro menor aos bons pagadores. O que pode ajudar lojistas a manter vendas e fidelizar clientes. 

“Tem mais informação sobre eles (consumidores) e ao pagar o carnê na loja muitos compram outras mercadorias.” Por outro lado, a maior consulta ao SPC atualmente não se refere a um aquecimento da economia. A gerente de Negócios pondera que é preciso considerar que há pessoas que comprometeram o limite do cartão de crédito – que tomou espaço ao longo dos anos –, por exemplo, e o crediário termina por ser a alternativa viável para realizar novas aquisições. 

 

Falta de opção

A falta de condições para o pagamento à vista em dinheiro levou especialmente pessoas de renda mais baixa a recorrer ao crediário nos últimos meses, conforme levantamento do SPC Brasil. A redução de opção foi uma realidade para 35% dos entrevistados. Por outro lado, 25% também alegaram que há vantagem na pouca burocracia exigida pelos estabelecimentos comerciais para o crédito e outros 20% optam como uma estratégia para fazer mais compras.

A vantagem de comprar mesmo sem dinheiro, com prazos maiores e quando está com o limite do cartão comprometido é o que faz a dona de casa Estefany Maria Lima, de 28 anos, ter crediário aberto em vários locais em Goiânia, de lojas de roupa a farmácia. A última aquisição foi um tablet a pouco mais de uma semana. “É uma opção a mais e facilita para quem tem um salário pequeno”, diz.

Só que para ela o cartão de crédito é melhor para parcelar, por conta dos juros. “O crediário é só quando falta opção, quando fico sem limite”. Mas ainda existe também o consumidor fiel ao crediário por tradição, como lembra o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli. “Há aqueles que dão importância ao nome e cuidam do carnê e outros que utilizam todos os meios para parcelar as compras, que é quando há risco de acumular dívidas”.

No cenário atual, a inadimplência, segundo a CLD Goiânia, não está em alta. E Vignoli ressalta que o crédito é fórmula interessante para lojista com capital de giro de diversas áreas. “O cliente fidelizado retorna à loja e se sente privilegiado, pode negociar, por isso o crediário ainda é importante no comércio brasileiro”, analisa.

 

 

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