Novo salário mínimo não dá ganho real ao trabalhador, diz Dieese

 

O novo salário mínimo, de R$ 540, que entrará em vigor em 1° de janeiro de 2011, não repõe as perdas com a inflação e não será suficiente para manter o poder aquisitivo do trabalhador no ano que vem, de acordo com um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A estimativa da entidade é que o valor seja 0,55% menor do que a inflação no período. Para manter o poder aquisitivo do trabalhador, o novo mínimo deveria ser de R$ 543, segundo o Dieese.

A renda adicionada na economia pelo aumento de R$ 30 no salário mínimo será de R$ 18 bilhões, segundo dados do Dieese. A estimativa do órgão é que os rendimentos de 47 milhões de pessoas sejam referenciados no valor do mínimo. Como o incremento da renda deve elevar o consumo, a arrecadação tributária receberá um acréscimo de R$ 8,8 bilhões, de acordo com o estudo. 

Apesar de fechar a gestão com um ajuste inferior à inflação para 2011, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz um saldo de ganho real para o trabalhador. Nos últimos oito anos, o valor do salário mínimo subiu 170%, ante uma expansão de 76,6% no INPC. Assim, o salário mínimo acumulou um aumento de 52,8% acima da inflação.

Atualmente, o valor vigente é de R$ 510. O novo mínimo está definido no Orçamento de 2011, aprovado pelo Congresso na semana passada, e representa uma alta de 5,88% ante o valor atual.

O Diesse estimou uma elevação de 0,6% no pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no mês de dezembro para calcular aumento real do salário mínimo no período.

 

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