TRT/GO investigará desembargador

 

Tribunal decidiu também afastar Júlio César Cardoso de suas funções na corte enquanto durar o processo

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 18ª Região decidiu ontem, em sessão administrativa realizada no órgão, instaurar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o possível envolvimento do desembargador Júlio César Cardoso de Brito com membros da organização criminosa que ligada ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O esquema foi denunciado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O tribunal também decidiu que o desembargador será afastado das suas funções no tribunal enquanto durarem as investigações. Júlio César não esteve na sessão ontem.

Em abril, reportagem do POPULAR mostrou que interceptações telefônicas da Polícia Federal (PF) revelaram ligações entre o desembargador e Gleyb Ferreira da Cruz e Marco Antônio de Almeida Ramos, irmão de contraventor, ambos investigados pela Operação Monte Carlo. Conforme as investigações, o desembargador, que ocupa a segunda posição na escala hierárquica do TRT em Goiás, foi acionado por Gleyb para intervir em uma ação judicial que contrariava os interesses de Marco Antônio.

Júlio César, que também é vice-presidente do TRT da 18ª região, viajou com Gleyb e Marco Antônio para Buenos Aires no ano passado, além de ter usado o carro importado do irmão de Cachoeira. Segundo a PF, o passeio teria sido pago por Gleyb. O desembargador admitiu ter relações com os acusados, mas negou ter recebido benefícios financeiros e afirmou não ter facilitado ou favorecido qualquer pessoa em razão do cargo que ocupa.

 As acusações
 

 Intervir em uma ação judicial que contrariava os interesses de Marco Antônio de Almeida Ramos, irmão de Carlinhos Cachoeira
 
 Estar com o carro importado de Marco Antônio. O desembargador teria telefonado para Gleyb Ferreira da Cruz e informado que desejava entregar o automóvel. No mesmo dia, o carro foi recolhido por uma pessoa a mando do assessor de Cachoeira
 
 As escutas telefônicas da PF revelam Gleyb convidando o desembargador para uma viagem a Buenos Aires com Marco Antônio. Com o convite aceito, Gleyb teria ajudado Júlio César a converter moeda nacional em dólar
 

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