Ministro Mantega diz que redução de juros é de interesse do governo para ampliar investimentos

 ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (1º) que as taxas de juros da economia brasileira vão continuar caindo. "Eu garanto isso", disse Mantega, durante entrevista coletiva em que comentou a variação do PIB no primeiro trimestre de 2012.

O ministro disse ainda que o governo vai continuar a estimular os investimentos no País. 

— Hoje você já pode comprar máquinas a juro real próximo de zero. Isso é resultado de medidas que o governo vem adotando. O governo tem todo o interesse que o investimento retorne ao patamar de 2010.
 

Segundo ele, os investimentos no País têm estado próximos de 20% e isso se deve aos estímulos que o governo tem dado à economia brasileira.



Perguntado se não falta ao empresário brasileiro o chamado "espírito animal", já que aos primeiros sinais de crise ele reduz o investimento, Mantega disse que não. 



— Eu me reúno quase diariamente com os empresários e não vejo que falte neles o "espírito animal".



O ministro acrescentou que é natural os empresários se tornarem mais cautelosos em momentos em que a taxa de crescimento é menor.



Da parte do governo, Mantega ressaltou que há cobrança para que os empresários não diminuam investimentos. 



— Por exemplo, o último incentivo que nós demos foi para o setor de veículos, mas já tínhamos dado incentivo para o setor de linha branca e sempre cobramos como contrapartida a continuidade do investimento.



Ele avalia que medidas como essas não podem ser consideradas ações de protecionismo, mas de defesa da indústria nacional. Segundo ele, as medidas foram tomadas porque países "adotaram medidas como manipulação cambial, e o que fizemos foi defender o setor automotivo de subsídios disfarçados".



Segundo o ministro, o País não pode esperar que OMC (Organização Mundial do Comércio) tome alguma decisão, o que justifica a adoção das medidas em maio. Mantega reiterou que a maior preocupação do governo quanto ao crédito é o spread cobrado pelos bancos privados" que se comprometeram a ter uma atitude menos restritiva".



Queda dos juros


Logo depois de o governo reduzir, na última quarta-feira (30), a taxa básica de juros de 9% para 8,5% ao ano, alguns bancos já diminuíram as taxas cobradas em linhas de crédito para consumidores e empresas. A Caixa Econômica Federal e o Bradesco saíram na frente e cortaram alíquotas na última quinta-feira (31). Nesta sexta-feira (1º), foi a vez de o Banco do Brasil anunciar reduções nas suas linhas. 

VEJA A NOVA TABELA DE JUROS:

Nova taxa de juros   Nova taxa de juros
Crédito Consignado do INSS
Cheque Especial**
Financiamento de Veículos
Cheque Especial para Empresas
a partir de 0,79%
3,90%
a partir de 0,95%
3,90%
  Crédito Consignado do INSS
Cartão de Crédito (Azul)**
Cartão de Crédito (outros)
Crédito Consignado
Financiamento de Veículos
Cheque Especial
de 0,75% a 1,67%
0,89%
1,9%
de 1,2% a 1,67%
de 0,89% a 1,26%
de 1,35% a 4,27%
Nova taxa de juros   Nova taxa de juros
Crédito Pessoal
Crédito Consignado
Financiamento de Veículos
Cheque Especial
de 1.99% a 5.93%
de 0.99% a 4.7%
de 0.98% a 2.55%
de 1.39% a 9.98%
  Giro de Cartões
Duplicatas
Recebíveis de cartões
Cheques
de 1,54% a 3,12%
de 1,99% a 2,97%
de 1,5% a 2%
de 1,87% a 2,49%
Nova taxa de juros   Nova taxa de juros
Crédito Pessoal
Crédito Consignado do INSS
Cartões de Crédito
Financiamento de Veículos
Leasing de Veículos
Crédito para compra de bens (CDC)
Cheque Especial
1,93% a 4,7%
a partir de 0,9% 
a partir de 2,49%
0,93% a 2,91%
1,63% a 2,96%
2,93% a 4,87%

até 4,7%

  Crédito Pessoal**
Crédito Consignado do INSS**
Cartões de Crédito**
Financiamento de Veículos**
Cheque Especial**
Cheque Especial para empresas
Capital de Giro (empresas)
Desconto de duplicatas e cheques (empresas)
Recebíveis de cartões (empresas)
de 1,99% a 4,94%
de 0,89% a 2,20%
de 3,85% a 9,90%
de 0,99% a 2,39%
de 3,50% a 4,94%
a partir de 1,95%
a partir de 1,14%

a partir de 1,29%

a partir de 1,05%

 

Dicas para pagar menos juros
1º – Fale com o gerente e pergunte sobre as menores taxas. Nem sempre o banco enquadra o cliente automaticamente na nova linha de crédito
2º – Caso seu banco não ofereça taxa satisfatória, procure outros bancos e pesquise as taxas de juros
3º – A taxa de juro varia de cliente para cliente. Para decidir a taxa, o banco leva em conta fatores como tempo de relacionamento e forma de uso do crédito

*Taxas ao mês
**Com conta-salário
***Somente para empresas
Fontes: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander, Itaú-Unibanco, HSBC e Bradesco


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