Trabalho
Shoppings devem abrir 9,2 mil empregos até 2013
Vagas são para vendedores,estoquista, caixa, analista de crédito e até para gerente. Veja o que fazer
Com 12 shoppings em operação e a 9ª posição do País em número de empreendimentos, Goiás deve ter aumento de 75% no número de empregos no setor até 2013. Com a construção de dois novos centros de compras e a expansão de outros já existentes, a previsão é de que sejam abertas mais de 9,2 mil vagas nesse período, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Empregados no Comércio do Estado de Goiás (Seceg).
Tomando por base que a remuneração média paga a um vendedor de shopping é de R$ 1,2 mil, é possível afirmar que passarão a ser injetados na economia até o fim do ano que vem cerca de R$ 11 milhões por mês a mais apenas com o pagamento de salários. A maioria das oportunidades de emprego está em Goiânia e o próprio Seceg será um dos pontos de captação de currículos, por meio de sua Agência de Empregos, afirma o presidente do sindicato, Eduardo Amorim.
VENDEDORES
As vagas são principalmente para vendedores, mas as oportunidades alcançam também cargos como estoquista, caixa, empacotador, analista de crédito e até gerente, além da área administrativa. O Passeio das Águas, cujas obras estão em andamento na Região Norte da Capital, promete se tornar o maior shopping do Estado, com uma área total de 298 mil metros quadrados (m²). Deste total, 78,1 mil m² vão ser de área bruta locável, onde serão instaladas 300 lojas.
Com isso, 6,3 mil novos empregos diretos serão criados após a inauguração, prevista para 2013, além das 1,6 mil vagas abertas durante a execução das obras. Outro empreendimento que já está pronto e com data marcada para início das atividades na próxima quinta-feira, 31, é o Luziânia Shopping. Ele terá cerca de 100 lojas e deve gerar 1.500 postos diretos e indiretos. Em Águas Lindas de Goiás, o novo empreendimento, com previsão de inauguração ainda para este semestre, vai criar 1.500 empregos diretos e 4.500 indiretos.
O setor não para de crescer e, além dos novos shoppings, algumas expansões são anunciadas por grupos já consolidados no mercado. O Portal Shopping, por exemplo, investiu R$ 23 milhões em sua ampliação, que terá mais 49 lojas e abrirá 1.250 postos diretos.
Como a inauguração está marcada para 4 de outubro, as seleções devem ser iniciadas a partir de agosto, segundo prevê o superintendente do Portal, Cláudio Nembri. “Os candidatos a estas vagas poderão entregar currículos preferencialmente nas novas lojas ou na administração do shopping. Serão abertas vagas principalmente de vendedores, fiscais de loja, caixa e analista de crédito”, esclarece.
ATENDIMENTO
Quem está de olho numa vaga em shopping center deve ficar atento ao público com o qual irá se deparar. Diferente das grandes metrópolis e de outros Estados, Goiás tem uma particularidade que distingue estes clientes.
Conforme o analista de mercado Geraldo Rocha, diretor da Partner Corporate (empresa desenvolvedora e empreendedora de shoppings centers e varejo), os centros de compras goianos são voltados para a convivência e lazer e, por isso, exigem um atendimento mais personalizado.
“Depois das 18 horas, quando se encerra o expediente de trabalho, o goiano não tem muita opção para ir, a não ser os shoppings, que misturam comércio e lazer. Isso exige que o lojista faça um atendimento diferenciado e planejado”, frisa.
Pensando nessa clientela diferenciada, o Seceg vai abrir cursos para capacitar os trabalhadores de shoppings. A expectativa é de que as turmas sejam formadas a partir de setembro. “Serão cursos de atendimento, apresentação, postura e vendas específicos para shopping”, afirma o presidente do Seceg.
GALERIAS
O diretor da Partner ressalta que a atual estabilidade da economia brasileira tem favorecido diretamente o comércio. Com o consumo em alta, crescem os investimentos em novos negócios, assim como na abertura de novas unidades de lojas já existentes.
Por isso, a perspectiva de abertura de vagas de trabalho em Goiás se estende para fora da grande Goiânia, inclusive em municípios com menos número de habitantes. “Essa é uma tendência que alcança as cidades menores, onde são abertas pequenas galerias e street centers”, afirma.
Sindicato cobra direitos
Ele lembra que, como os shoppings têm um horário de funcionamento diferenciado do comércio de rua, o expediente de trabalho para muitos empregados vai até as 22 horas. Isso significa que aumentará a demanda por transporte público fora do horário comercial.
“Vamos gestionar junto ao poder público para que haja mais ônibus nesse horário e mais segurança em volta dos shoppings, que hoje praticamente não existe”, ressalta.
Junto aos shopping centers, o sindicato pretende negociar por algumas melhorias de trabalho. Uma delas é o estabelecimento de um valor diferenciado para a alimentação dos empregados na praça de alimentação, mais barato do que é praticado para os clientes.
Em relação ao vestuário, o Seceg vai propor que haja um preço diferenciado para que o empregado compre suas roupas no shopping ou, se for o caso, que a loja forneça uniforme. “A gente sabe que existe uma exigência velada quanto à aparência destes trabalhadores, que têm de se vestir melhor. E isso só aumenta o dispêndio”, frisa.
O sindicato ainda pretende cobrar a disponibilidade de banheiros dentro das lojas para os empregados (que hoje precisam se deslocar aos sanitários públicos dos shoppings), além de vagas de estacionamento para quem tem veículo próprio. Vale lembrar que a carga horária dos empregados em shoppings é de seis horas diárias.