Varejo surpreende com alta de 0,6% em outubro, mostra IBGE

As vendas do varejo surpreenderam na passagem de setembro para outubro e tiveram uma alta de 0,6%, interrompendo uma sequência de oito meses consecutivos de taxas negativas.

Frente ao mesmo mês do ano passado, entretanto, a baixa foi de 5,6%. No acumulado do ano, o recuo é de 3,6%, segundo pesquisa do IBGE divulgada nesta quarta-feira (16).

Os setores com pior desempenho no ano são exatamente os que dependem do crédito e da confianças das famílias para vender, como móveis e eletrodomésticos, que acumulam queda de 13,3% no ano.

Segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio), a Intenção de Consumo das Famílias estava em 78,4 pontos em outubro -qualquer taxa abaixo de 100 indica insatisfação do consumidor.

Já a oferta de crédito ficou mais cara e escassa. O crédito a pessoas físicas chegou a 136,32% ao ano -a maior desde fevereiro de 2009, segundo dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).

Dos oito setores que compõem o varejo, cinco atividades registraram variações negativas no acumulado do ano, segundo os dados da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgadas pelo instituto.

Também com forte queda no ano estão os setores de livros, jornais, revistas e papelaria (9,6%) e tecidos, vestuário e calçados (7,5%) e combustíveis e lubrificantes (5,2%) neste ano, frente ao mesmo período de 2014.

O ramo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tem queda menos intensa, de 2,1% neste ano. O setor, contudo, tem o maior peso da pesquisa. E chama atenção por ser um item básico de consumo.

Varejo ampliado

O IBGE também calcula as vendas do varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e material de construção. O cálculo é feito a parte por que os dois setores têm uma parcela das atividades no atacado.

Segundo a pesquisa, as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 0,1% na passagem de setembro para outubro e baixa de 4,3% frente ao mesmo período do ano passado.

As vendas de automóveis tiveram queda de 16,9%, enquanto as vendas de material de construção recuaram 7,4% neste ano.

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