Procura por alimentos orgânicos aumenta mesmo com maior custo

Produtos orgânicos tendem a ter o preço mais alto do que os convencionais porque, segundo informações do atendimento de uma rede de supermercados de Maceió, o fornecimento da comida orgânica é limitado se comparado à sua demanda e sua conservação é menos duradoura.

No Brasil esses produtos orgânicos são em média 40% mais caros. O trigo orgânico chega a custar 200% a mais e o açúcar 170%.

Em Maceió alguns supermercados e feirinhas de bairros comercializam cada vez mais produtos, que têm sido muito procurados por quem optou por uma alimentação ainda mais saudável.

O agricultor Cícero dos Santos Silva, morador do município de Santana do Mundaú, produz laranja lima, laranja pera, galinha de capoeira e ovos, tudo sem agrotóxicos ou medicamentos veterinários.

“Nós temos mais trabalho para produzir, por isso que acaba saindo mais caro. Por exemplo, o milheiro da laranja convencional sai a cem reais, já a orgânica sai a 180. Apesar do preço um pouco mais alto, os produtos orgânicos têm sido cada vez mais procurados aqui em Maceió”, afirma o produtor, que toda sexta-feira comercializa seus produtos na Feira de Orgânicos do Jaraguá.

Cícero ressalta a importância do cultivo de alimentos orgânicos para a sua própria saúde.

“Não são só as pessoas que consomem que saem ganhando, nós, produtores, também, pois ficamos livres do contato com veneno. Além disso, esse cultivo também beneficia o meio ambiente, não é? É melhor para todo mundo”.

A psicóloga Larissa Cabús resolveu mudar os hábitos alimentares e agora consome mais produtos orgânicos. Ela conta que ainda não realizou nenhum exame de rotina para ver se houve alguma mudança em relação à sua saúde, mas que os alimentos são mais saborosos.

“Ter começado a comer orgânicos e parar de fumar com certeza deve ter melhorado todas as taxas do meu organismo, mas ainda não tenho certeza. O que eu sei é que o tomate é mais gostoso, apesar de mais caro”.

De acordo com o site da Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas (ONU) isso ocorre no mundo inteiro. Um dos motivos destacados é o custo para a produção dos alimentos orgânicos que, normalmente, são maiores devido ao grande trabalho exigido e ao fato de que os agricultores não produzem o bastante de um único produto para que seu custo possa baixar.

Outro fator é o manuseio pós-colheita de quantidades relativamente pequenas.

O site pesquisado também observa outros fatores que envolvem o alimento orgânico que não estão incluídos no valor da comida produzida em larga escala e com agrotóxicos como a melhoria e proteção do meio ambiente e o fato de evitar futuras despesas com o controle da poluição.

Se destacam também os melhores padrões de bem-estar dos animais, a prevenção de riscos contra a saúde dos agricultores devido ao manuseio inadequado de pesticidas, evitando futuras despesas médicas, além do desenvolvimento rural, gerando mais empregos nas áreas de produção e garantindo um rendimento justo e suficiente para os produtores.

Nutricionista recomenda consumo de orgânicos

Para ser considerado orgânico, os alimentos devem estar livres de agrotóxicos e adubos químicos. As carnes, os ovos e o leite também devem ser livres de medicamentos veterinários para serem considerados alimentos totalmente saudáveis. Quem explica é a nutricionista Krisnarô Pavezi.

“No supermercado é possível identificar um alimento orgânico através de selos colocados em suas embalagens”, afirma.

A nutricionista explica que sempre indica os alimentos livres de agrotóxicos para seus pacientes.

“Os alimentos com agrotóxico aumentam os riscos de câncer, de problemas na pele, alterações hormonais e até má formação fetal. Quanto maior o consumo, maiores são os riscos”, alerta Krisnarô.

Produtos orgânicos não são contaminados com substâncias que têm o objetivo de aumentar a produtividade, como pesticidas, fertilizantes artificiais e outras substâncias que trazem problemas graves à nossa saúde.

“Por isso que esses alimentos custam mais caro, porque são cultivados apenas com água e adubo natural. A produção acaba sendo em menor escala. Mas eu sempre alerto os meus pacientes para o custo-benefício. Os produtos orgânicos têm mais vitaminas, mais minerais e nutrientes”, garante a nutricionista.

Os produtos orgânicos mais conhecidos – e consumidos – ainda são as verduras e os legumes, mas o mercado oferece carnes, pratos congelados, cereais, camarão, chocolate, geleias, café, sucos, chás, aguardente, vinho, cosméticos e até produtos de limpeza.

“O cultivo da cana-de-açúcar é um dos que mais utilizam agrotóxicos. Então é preciso levar em consideração que tudo o que é feito com o açúcar pode estar contaminado. Assim como farinhas e outros derivados”, conclui Krisnarô.

Para a nutricionista, o consumidor tem ficado cada vez mais atento ao mercado de alimentos orgânicos.

“Isso por conta da segurança de estar consumindo produtos livres de agrotóxicos e outros agentes químicos usados na agricultura convencional”.

Nos casos dos alimentos orgânicos, os agricultores utilizam recursos da própria natureza – como plantas que não causam prejuízos ao ser humano – mesmo quando a plantação é atacada por pragas. A medida também é um benefício para conservação do meio ambiente.

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