Dólar testa um novo equilíbrio em R$ 3

Após quatro dias seguidos de alta, o dólar rompeu a casa de R$ 3, patamar que a maioria dos analistas considera mais confortável para a moeda americana permanecer em meio à instabilidade política e à provável redução nas intervenções do Banco Central na taxa de câmbio.

Nem o aumento dos juros do governo – que foram a 12,75%, conforme previsto, e devem subir mais em abril – conteve a divisa americana, que, no caso do dólar à vista, subiu 1,01%, para R$ 3,009, o maior valor nominal desde 13 de agosto de 2004. Nesses quatro dias úteis de março, a moeda já acumula valorização de 5,36% e, em 2015, sobe 13,33%.

Daqui em diante, segundo analistas, a moeda pode continuar sua escalada se ocorrer uma piora significativa no ambiente político que justifique uma aversão maior ao risco brasileiro, levando a uma saída ainda maior de investidores do País. Na última semana de fevereiro, saíram US$ 3,3 bilhões.

Por outro lado, o dólar só deve recuar muito abaixo de R$ 3 se o BC voltar a intervir pesado no mercado de câmbio – ainda não há sinais de que isso possa ocorrer. Mesmo eventuais avanços nas negociações do ajuste das contas do governo não devem ter força para devolver a moeda à casa de R$ 2,90, como no fim de fevereiro.

Incerteza

A moeda americana, que sobe em todo o mundo com a perspectiva de aumento de juros nos EUA, acelerou o ritmo de alta no Brasil desde que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, no final de janeiro, que não manteria “artificialmente” o câmbio do real.

“Há uma incerteza se o BC vai ou não renovar o programa de intervenções no câmbio. A tendência é que o real se desvalorize”, diz Carlos Pedroso, do Tokyo-Mitsubishi.

Segundo Marco Barbosa, analista da CM Capital Markets, o ajuste fiscal deve ser decisivo para o Brasil manter a nota de crédito nas agências de risco. Um rebaixamento poderia motivar uma aceleração da alta do dólar.

Bovespa

A Bolsa brasileira fechou em baixa de 0,2%. O minério de ferro atingiu o menor valor em seis ano, levando as ações preferenciais (sem voto) da Vale a recuarem 4,08%, depois que a China reduziu sua meta de crescimento do PIB de 7,5% para 7%.

Petrobras conseguiu se segurar em alta – subiu 0,66% na ON e 0,76% na PN -, assim como Gerdau – alta de 1,82% (PN), enquanto Metalúrgica Gerdau PN avançou 2,79%.

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