Pequenas empresas foram as que mais criaram novas vagas em Goiás

 

Empresária Rosane Escórcio, proprietária de floricultura: planos de novas contratações ao longo do ano

 

As micro e pequenas empresas (MPE) goianas geraram 3,2 mil novos postos de trabalho em agosto, segundo dados do Sebrae. O número é 57% superior à quantidade de pessoas demitidas no período no Estado, pouco mais de 1,3 mil, o que faz de Goiás o 5º do ranking nacional de geração de empregos entre empresas do porte.

Um exemplo de MPE goiana que está contratando é o Salão Afro Kiras, que contratou três funcionárias neste ano. A empresária Walkiria Barros conta que, devido ao crescimento no número de clientes, precisou admitir mais pessoas. “É um negócio que está se desenvolvendo graças à abordagem certa de mercado e, a cada dia, temos novas clientes. Então, contratar foi necessário.”

Ela relata que o faturamento do salão, que é especializado em cabelos crespos e cacheados, aumentou em aproximadamente 50% no último ano e que seu negócio não sofreu com a crise. “Foi um momento de oportunidade, sobretudo no que diz respeito ao nicho de mercado em que nós atuamos. Percebemos que não havia empresas suficientes para atender essa área e entramos com força”, afirma.

Atualmente, oito pessoas trabalham no salão, que conta também com sua própria linha de cosméticos. “Essa foi outra percepção de mercado. Hoje, as pessoas que têm cabelos crespos e cacheados estão cada vez mais se assumindo e isso demanda serviços e produtos exclusivos. Fui vendo que não havia produtos bons o suficiente e montamos essa linha.”

Internet

Quem também criou três novos postos de trabalho foi Rosane Escórcio, da Só Você Floricultura. E tudo graças à internet. Ela explica que sua empresa tem 21 anos de mercado, mas que há pouco tempo se atentou para as possibilidades do e-commerce, o que aumentou exponencialmente suas vendas, resultando na necessidade de mais mão de obra. “E vamos contratar outra pessoa até novembro”, anuncia.

Segundo Rosane, durante 16 anos, a empresa só trabalhava com o público que passava em frente à loja, localizada na Rua 3, no Centro, ou com indicações. “Porém, com a internet, fomos abrangendo o mercado e mantendo freelances em outros Estados. A demanda cresceu tanto, que tivemos que deixar nossa sala de 80 m² e passar para uma ao lado, de 380 m²”, conta.

Aproximadamente 40% da receita bruta da empresa vêm da venda online e Rosane diz que pretende aumentar cada vez mais esse porcentual. “Criamos o site, temos muita atividade e engajamento no Instagram e temos conseguido bons resultados. Vamos, inclusive, lançar nosso canal no YouTube no próximo mês.” Segundo ela, um pedido de muitos clientes de fora do Estado, os vídeos já estão em fase de pós-produção.

Motivos

Walkiria e Rosane fazem parte das quase 400 mil MPEs existentes em Goiás. “E boa parte delas está gerando empregos”, assegura Igor Montenegro, diretor-superintendente do Sebrae Goiás, instituição que orienta e incentiva micro e pequenos empreendedores.

Para ele, isso demonstra uma retomada do processo de crescimento. “Ninguém contrata sem necessidade, principalmente as MPEs. Com a orientação certa, eles conseguem crescer e diminuir o desemprego.”

Montenegro diz ainda que o Sebrae trabalha para aumentar esse número com a programação feita pelo órgão para o mês da MPE, que começa em outubro. “Vamos fazer várias consultorias e palestras gratuitas durante os 31 dias voltadas para este público”, afirma.

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