O varejo brasileiro mostrou forte alta em junho, acima do esperado e influenciada sobretudo pelo avanço das vendas de bens duráveis. É o terceiro mês seguido de alta em meio a queda dos juros e inflação baixa.
As vendas no varejo subiram 1,2% em junho sobre o mês anterior e 3% na comparação com o mesmo período de 2016, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (15). Com isso, o setor fechou o segundo trimestre de 2017 com alta de 2,5% sobre igual período de 2016, melhor trimestre em 3 anos.
O resultado veio muito acima das estimativas dos analistas consultados pela Reuters, de alta de 0,40% na comparação com maio e 1,90% na anual.
"Foi o crescimento mais consistente desde 2014, porque não se via desde então três meses seguidos de alta na margem", afirmou a coordenadora da pesquisa, Isabella Nunes. "A queda nos juros está beneficiando a venda de bens duráveis", acrescentou ela.
Desde outubro passado o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros, atualmente em 9,25%, e já sinalizou que vai continuar com o movimento de queda. Juros mais baixos barateiam o crédito, ajudando a estimular o consumo num momento em que a inflação está baixa.
Segundo o IBGE, seis dos oito principais segmentos cresceram em junho, na comparação mensal, com destaque para móveis e eletrodomésticos (+2,2%), tecidos, vestuário e calçados (5,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,7%).
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, teve forte alta nas vendas de 2,5% em junho sobre maio, segundo o IBGE.
"Houve melhoras no varejo, isso é evidente, mas ainda assim está 8,2% abaixo do pico histórico de novembro de 2014", ressaltou a coordenadora do IBGE. "Há muito que recuperar ainda e isso está associado a queda de juros, inflação e outros fatores econômicos", acrescentou.
Fonte: Folha de São Paulo