A pesquisa, que ouviu representantes de 906 empresas, foi realizada após a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei 4.302/1998 em março deste ano. Para 81% dos respondentes, a mudança não vai aumentar a produtividade ou o número de contratações. Apenas 4% diz que a empresa pretende aumentar o quadro de funcionários, embora 12% tenham projetos de terceirização em andamento.
Na visão de Jorge Ruivo, presidente da Wiabiliza, o quadro econômico ainda impede os planos de expansão no curto prazo. Quando começar a ser considerada uma alternativa, ele sugere que a terceirização será vista como saída para companhias que já demitiram e ainda estão incertas de voltar a contratar. "Se a demanda não responder, você interrompe o contrato e quem vai pagar a conta é a terceirizada", diz.
Cerca de 80% dos respondentes dizem não acreditar que haverá substituição em grande escala de profissionais contratados no regime CLT por terceirizados. Para Ruivo, no curto prazo o custo de demitir em larga escala é alto, mas com o tempo as empresas poderão apostar em contratos com terceirizadas para ter uma mão de obra mais ajustável.
O consultor acha, no entanto, que a conta não vai ficar tão mais barata assim, porque as empresas de terceirização vão incluir nos custos do serviço os valores que deverão ser pagos em caso de rescisão de contrato. "A terceirizada vai colocar na conta dela que vai precisar indenizar", diz. Segundo a pesquisa, atualmente, 86% das empresas têm pelo menos uma de suas áreas terceirizadas, em maior parte o departamento de segurança, de limpeza e o restaurante.