Depois de dois meses de alta, a intenção de consumo das famílias voltou a cair em outubro. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda de 0,3% e está no mesmo nível de junho. Na avaliação da Confederação Nacional do Comércio (CNC), responsável pelo acompanhamento, 2018 se caracteriza pela volatilidade do consumo, decorrente da conjuntura de lenta recuperação do mercado de trabalho, elevado endividamento, alta do dólar, reajuste de tarifas.
Na comparação com outubro de 2017, o ICF ainda registra alta de 11,3%. Para a CNC, esse resultado indica que a distribuição de recursos dentro do orçamento pode estar melhor do que no ano passado, apesar da insatisfação. Mesmo assim, a comparação das expectativas dos consumidores ano contra ano, ou seja, com menor impacto da sazonalidade, também piorou. Em setembro, a intenção de consumo em relação ao mesmo mês do ano anterior era de 13,2%.
Com o resultado, ICF completa 42 meses abaixo dos 100 pontos, nível de corte para o indicador ser considerado favorável ou desfavorável.
Segundo a CNC, entre os subíndices que compõem a ICF, o de Momento para Duráveis foi o que mais retrocedeu em relação ao mês anterior (-3,3%), seguido pelo de Perspectiva de Consumo (-1,2%), Compra a Prazo (-0,3%) e Perspectiva Profissional (-0,1%). Três indicadores ficaram praticamente estáveis: Renda Atual (+0,1%), Nível de Consumo Atual (+0,3%) e Emprego Atual (+0,1%).
Conforme o economista da CNC Antonio Everton, a análise mostra que a elevação do subíndice Renda Atual pode ter sido influenciada pelo impacto da liberação dos recursos do PIS/Pasep.
"Também pode-se considerar que a renda tenha crescido em virtude de ganhos adicionais decorrentes de trabalhos extras, como meios para aumentar o orçamento", observa Antonio Everton.