Alckmin diz ser a favor de contribuição sindical

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira ser favorável a um novo tipo de financiamento dos sindicatos que seja voluntário e que esse tipo de contribuição seja decidido em convenção coletiva da respectiva categoria.

Em sabatina com os presidenciáveis promovida pela Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC) em Brasília, Alckmin fez um aceno ao setor e disse que vai acabar com o uso dos recursos do FI-FGTS em projetos que não sejam de interesse direto do trabalhador e também defendeu elevar a rFemuneração do fundo, podendo até "equalizar" o rendimento se for necessário.

O tucano defendeu que a contribuição sindical não volte a ser compulsória, medida eliminada com a reforma trabalhista do governo Michel Temer, aprovada pelo Congresso. Mas disse ser a favor do retorno do financiamento dos sindicatos –essa é uma das reivindicações do Solidariedade, um dos partidos que se coligou com ele e com forte base sindical.

"A forma de financiamento os trabalhadores é que devem decidir em convenção coletiva, se é zero (por cento do salário), 0,1, a maneira de fazer. O governo não vai se envolver nisso. Sou totalmente contra imposto sindical e o governo não vai se envolver nisso", disse ele, ao defender que essa mudança vai reduzir em muito número dos sindicatos.

Para o presidenciável, não é "razoável" ter 17 mil sindicatos no país. "Você não tem sindicatos, tem cartórios", disse ele, destacando que no mundo inteiro os sindicatos que funcionam têm representatividade.

O candidato defendeu uma revisão na política de investimentos do FI-FGTS, ao destacar que houve uma "roubalheira inacreditável" na administração dessas verbas recentemente.

"Quero que todo o dinheiro do FGTS vá para o seu fim primordial, moradia, infraestrutura, saneamento, mobilidade, todo, todo o recurso do trabalho", disse, que sinalizou com um apoio do governo na remuneração a fim de que ela não fique abaixo da inflação. "Sou da linha da transparência absoluta. Se precisar, o governo equaliza", disse.

O tucano disse que também vai estimular o setor com uma política de créditos a juros compatíveis e também indicou que poderá ajudá-los com equalização de juros.

Alckmin afirmou que também vai acabar com a tributação do Pasep e do Cofins de empresas de saneamento, desde que "todo esse dinheiro" vá para o investimento da área. Em entrevista, ele explicou que isso poderia render um aporte de até 3 bilhões de reais para investimentos do setor.

Durante a sabatina, o tucano foi aplaudido em diversas ocasiões pelas respostas. No início, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, fez uma elogio ao ex-governador paulista. "Conte conosco que eu tenho certeza que o seu governo será um sucesso", disse.

O candidato defendeu a aprovação do projeto de lei que muda as regras para o uso e liberação dos agrotóxicos, batizado por contrários à proposta de "lei do veneno". Ele disse que a proposta não é lei do veneno, mas sim do remédio e disse que, assim como animais ficam doentes, as plantas também ficam e precisam de "defensivos agrícolas" para protegê-las.

O tucano fez críticas à demora para se aprovar o projeto no Congresso. "Quando se demora mais de oito anos para aprovar um produto novo, você está prejudicando a população", disse.

Para ele, o agricultor é o maior defensor do meio ambiente, mas é preciso dizer "não à burocracia" e se reduzir prazos para a liberação desse tipo de produto.

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