Emprego na indústria é o mais difícil de ser recuperado, aponta Caged

Mais 1,4 milhão de vagas precisam ser reabertas para que o emprego volte ao nível anterior à recessão econômica. Levantamento do jornal O Estado de S.Paulo estima que 2,9 milhões de brasileiros perderam o emprego de 2015 a 2017. A taxa de contratação voltou a crescer no ano passado e 1,5 milhão de pessoas voltaram ao mercado de trabalho até novembro deste ano.

O número representa 52% dos empregos perdidos na crise. A base de dados é o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e se refere apenas às vagas de empregos formais.

A indústria recebeu o maior impacto de todos os setores. As perdas totalizaram 1,1 milhão de postos fechados de 2014 a 2017, e apenas 11,3% foram reabertos nos últimos 2 anos (126,7 mil). Para o mesmo período, o índice de recontratação na construção civil é ligeiramente superior: 13,5%. Foram 991,6 mil demissões frente a 134,4 mil vagas reabertas.

Os setores de comércio e serviços só passaram a ser afetados em 2015 e começaram a se recuperar já em 2017. Para o comércio, 227,8 mil vagas foram reabertas nos últimos 3 anos, cerca de 67,7% das 410,2 mil fechadas entre 2015 e 2016. Serviços tem 1 saldo positivo de 286,2 mil empregos criados –foram 660,5 mil posto fechados e 946,7 mil admissões de 2017 a 2019.

EMPREGOS INFORMAIS

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que, desde 2017, o emprego formal tem perdido espaço no total de pessoas ocupadas no Brasil. O percentual de trabalhadores com carteira assinada recuou quase 3 pontos percentuais nos últimos 3 anos, passando de 58,8% no fim de 2015 para 56% no trimestre encerrado em outubro de 2019.

O trabalho informal é composto pelo trabalho por conta-própria e o sem carteira assinada. De agosto a outubro de 2019, ambos tiveram alta de 3,9% e 2,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. Já o emprego formal cresceu apenas 0,51%.

A taxa de desemprego em outubro ficou em 11,6% –ou seja, 0,1 ponto percentual abaixo do observada no mesmo mês do ano passado. O Ipea entende que o desemprego continua caindo, mas com menos força. Eis a íntegra do estudo do instituto sobre o mercado de trabalho.

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