Caoa e Ford selam acordo para manter empregos e produção

Os presidentes da Ford América Latina, Lyle Watters, e da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, selaram ontem os entendimentos finais para a venda da fábrica da empresa norte-americana em São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista, ao grupo brasileiro. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na presença do governador do Estado, João Doria.

A venda será feita em duas etapas, de acordo com Doria. A conclusão do negócio deverá ser feita após essa primeira fase e anunciada em até 45 dias, afirmou o governador.

De acordo com Andrade, na planta de São Bernardo do Campo serão feitos veículos “de uma marca chinesa”, sem informar qual. “Estamos negociando”, afirmou. A Caoa já trabalha dessa maneira com a produção de carros da sul-coreana Hyundai, em Anápolis, e da chinesa Chery em Jacareí, no interior de São Paulo.

A compra da fábrica, garantiu, ocorrerá por meio de capital próprio, sem financiamento governamental. De acordo com o dono do grupo Caoa, não há motivo para ampliar a fábrica, que tem 1,2 milhão de metros quadrados. Andrade afirmou ainda que a aquisição da planta não representa o fechamento da unidade de Anápolis. “Estamos nos planejando para lançar mais três carros produzidos em Anápolis”, disse.

O empresário contou que pretende recorrer ao programa do governo do Estado de São Paulo de incentivo fiscal ao setor automotivo.

A produção de caminhões da Ford na fábrica do ABC Paulista será mantida até o fim de outubro. Inicialmente, 600 dos atuais funcionários da Ford serão mantidos. Outros cerca de 1.500 ex-empregados da Ford que aderiram ao PDV poderão disputar 750 vagas que devem ser abertas.

Parte da área administrativa será mantida pela própria Ford, que seguirá tendo um escritório no Brasil, uma vez que continuará produzindo no País, com uma fábrica de automóveis em Camaçari, Bahia, e outra de motores em Taubaté, no interior de São Paulo. O evento de ontem confirmou o entendimento entre as duas empresas para iniciar um processo de “due diligence” antes do acerto final. Ainda não foi definido o valor final da transação.

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