Em Goiânia, comércio tem expectativa de crescimento de até 20% nas vendas

O movimento nos shoppings e nas lojas de rua se intensificou desde o fim da semana passada. Com isso, lojistas em Goiânia apostam em crescimento nas vendas de Natal de 7% a 20%, em relação a 2020, a depender do segmento. Mesmo com efeito da inflação, que causa impacto no faturamento, a expectativa para a data tem sido superada com maior fluxo de consumidores em busca dos presentes.

A segunda parcela do 13º salário na conta e o pagamento de benefícios sociais são citados por empresários como fatores que elevaram a presença das pessoas no comércio nesta semana. Além do fato de que muitos consumidores costumam deixar para adquirir as lembrancinhas mais próximo das reuniões familiares. “De calçados a móveis, os números estão bons independente do dia da semana”, pontua o gerente de Negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, Wanderson Lima.

Ele explica que o movimento para o Natal tem seguido o que ocorreu com a Black Friday, que superou as estimativas. “Se empatar com 2019, já seria bom.” Ele avalia que o crescimento pode ficar entre 4% e 7% em uma previsão mais conservadora. Porém, acredita que o apelo emocional com a reunião das famílias possa se converter em receita maior para as lojas, que seguem com boa expectativa, se comparado com o cenário do ano passado, até o início de janeiro de 2022 com os saldões.

Apesar da retomada do fluxo de consumidores, a situação econômica do País ainda é um empecilho para o cenário mais otimista. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a principal data para o varejo deve movimentar R$ 57,48 bilhões em faturamento, 9,8% a mais do que em 2020. Porém, com o desconto da inflação, isso indica uma queda de 2,6%.

Para Goiás a previsão da CNC é de que a data movimente R$1,43 bilhões. Número que para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Eduardo Gomes dos Santos, é sinal de uma retomada. Ele avalia que a demanda reprimida ainda tende a trazer maior volume de vendas. “A contratação de (funcionários) temporários bateu recorde com 59% a mais do que no ano passado, que foi atípico, mas supera a média”, pontua ao defender que há, sim, um alívio sentido pelo setor.

“A prova do crescimento é o número de lojas que voltaram para a Bernardo Sayão, que iria ser uma avenida fantasma. Há retomada para atrair os consumidores.” Maior confiança dos empresários, para Eduardo, é ponto importante no resultado atual. E reflexo da maior vacinação da população e do menor número de casos de Covid-19. “Agora, as pessoas vão às compras, vão se reunir com familiares e dar o abraço que não deram no ano passado.”

Até o polo de moda de Goiânia, conhecido pelo atacado, tem registrado crescimento nos dias que antecedem o Natal. Vice-presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), Lauro Naves afirma que a previsão é de que nesta semana passem mais de 700 mil pessoas pelas lojas. “A previsão era de 500 mil e já subiu”, pontua ao contar que nesta quarta-feira (22) ainda há excursões que desembarcam na capital, quando o comum era que isso ocorresse somente até a primeira semana de dezembro.

A reposição de mercadoria ainda movimenta o atacado. Por outro lado, o varejo, que representa 30%, tem ganhado espaço com maior variedade de produtos para os goianos comprarem os presentes de Natal sem ter de desembolsar muito. O que pode justificar o crescimento de 20% no movimento. “Ainda está um pouco inferior a 2019, mas geramos 8 mil novos empregos”, conclui ao citar que o resultado ocorre mesmo com a presença maior de ambulantes nas ruas e com as dificuldades para a tomada de crédito.

Shoppings

Já nos shoppings, de promoções a novas lojas, há atrativos também que contribuem para uma maior movimentação. No Araguaia Shopping, outlet de grandes marcas, como Adidas, é apontado como diferencial que tem atraído clientes, além da vizinhança movimentada da Região da 44 e da rodoviária. “Houve crescimento de 15% em fluxo no mês e perto de 18% nas vendas”, expõe a gerente de marketing do centro de compras, Mariana Marquez.

O incremento do mix, mas com a inauguração de lojas como Amaro, Fast Shop e Vans, também é uma aposta do Flamboyant. “Quando comparamos ao período pré-pandemia, o crescimento das vendas está acima de dois dígitos porcentuais e essa é também a expectativa para o Natal, uma vez que nosso fluxo de pessoas já se encontra nos mesmos patamares daquele período”, explica o superintendente comercial do shopping, João Ricardo Gusmão Ladeia.

Aposta em facilidade para os consumidores, com assistente de compras pelo WhatsApp, por exemplo, horário estendido e as opções de lembrancinhas para maior diversidade de orçamentos também entram na lista do que tem ajudado os lojistas dos centros de compra, como defende a gerente de marketing do Goiânia Shopping. Ela cita entre os diferenciais para a época também os tradicionais sorteios, que neste caso é de um carro de luxo.

Neste cenário, o gerente de marketing do Buriti Shopping, Guilherme Hara, lembra que ainda há em meio às lojas situações diferentes. “O que se vê de fato é um aumento de 30% nos últimos dias no fluxo de pessoas. Mas quando se olha para 2019 ainda se vê que algumas lojas sofrem perdas, há uma lacuna para crescer ainda. Vestuário, cosméticos e calçados são categorias que ficaram com venda mais represada e agora há movimento para repor e fluxo maior”, observa.

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