Fusão cria maior grupo hospitalar de Goiás: Ela Maternidade, Hospital dos Acidentados, Hospital da Criança, Hospital do Coração e Hospital Santa Mônica

O mercado de saúde goiano é palco de uma das maiores fusões de hospitais já vistas no País, que dará origem ao maior grupo hospitalar de Goiás e um dos maiores do Centro-Oeste. O G500 está sendo formado pela união da Ela Maternidade, Hospital dos Acidentados, Hospital da Criança, Hospital do Coração e Hospital Santa Mônica, alcançando um valor de mercado de R$ 1,2 bilhão. Com o objetivo de fortalecimento e expansão, o G500 já começará investindo R$ 100 milhões durante essa fase de integração para reforçar as estruturas de suas unidades, inclusive com ampliação do número de leitos e geração de novos empregos.

Com a chegada do novo grupo ao mercado, a previsão é de uma ampliação de 30% da capacidade de leitos, geração de centenas de empregos na área de saúde, a ampliação de recursos para capacitação e grandes investimentos em infraestrutura hospitalar. Em reportagem publicada no início deste ano, o POPULAR já havia adiantado que, depois de fazerem muitas aquisições de hospitais e planos de saúde em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, grandes redes de saúde haviam voltado seus olhos para o mercado goiano.
O médico ginecologista e coordenador do G500, Clidenor Gomes Filho, lembra que, desde a década de 70, grandes conglomerados de empresas pelo mundo passaram por processos de consolidação, uma tendência que acabou chegando à área de saúde. “Nos últimos anos, começaram a acontecer fusões e aquisições que, inevitavelmente, chegariam a Goiânia”, ressalta. Desde outubro do ano passado, potenciais compradores passaram a assediar os hospitais goianos para entrarem na capital, que se tornou referência em tratamentos de saúde. 

O processo de fusão que deu origem ao G500 nasceu, justamente, destas insistentes abordagens. Diante desta forte tentativa de aquisições por parte de grupos interessados em entrar em Goiânia, os administradores dos cinco hospitais perceberam que essa era uma tendência mais forte do que poderia parecer. “Isso despertou uma visão de que, se a gente se juntasse, teríamos maior escala para sermos mais fortes e oferecermos serviços hospitalares de melhor qualidade, com excelência em atendimento aos pacientes e mais possibilidade de expansão”, explica. A venda das unidades não chegou a ser cogitada por serem hospitais com situação financeira saudável e pelo fato dos administradores estarem estabelecidos em Goiânia. 

 

Leitos

O nome G500 faz uma alusão ao fato de que, juntos, estes hospitais oferecem cerca de 500 leitos, número que deve crescer em breve com novos investimentos. Clidenor explica que, durante algum tempo, os cinco hospitais continuarão funcionando como unidades autônomas, mantendo seus nomes atuais, período em que será feita uma transição para que todos passem a trabalhar como uma organização única. Depois dessa consolidação, todos devem ganhar a mesma marca. “Durante um tempo, o G500 será um selo de chancela e, depois, ao longo do tempo, vamos consolidar uma marca única”, completa.

O coordenador do G500 informa que, inicialmente, será feita uma injeção de R$ 100 milhões, em recursos próprios e de terceiros, para reforço das estruturas atuais, incluindo o aumento do número de leitos. Ele reconhece que a fusão também foi motivada pelas mudanças no mercado e a chegada de outros grupos ao Estado. “Mais do que uma ameaça, vimos uma oportunidade, já que estes cinco hospitais têm uma certa liderança, já são consolidados em suas áreas e, ao estarem juntos, não concorrerão entre si, mas terão uma forte sinergia e se complementarão em especialidades, o que deve alavancar seu desenvolvimento”, afirma.

O médico garante que o novo grupo não pretende investir no segmento de planos de saúde. “Não concorreremos neste mercado. Somos prestadores de serviços para planos de saúde e o cliente final e continuaremos sendo”, diz. Os cinco já são responsáveis pela geração de 2 mil empregos diretos e 3 mil indiretos. “Será o maior grupo de hospitais privados do Estado e um dos maiores do Centro-Oeste, o primeiro com este formato, numa iniciativa pioneira”, ressalta Clidenor. Ele lembra que, nos mercados do Sul e Sudeste, o que já é comum são as aquisições, onde um hospital compra o outro, mas a agregação de cinco estabelecimentos de uma só vez é algo inédito até no País. “Já ocorreram outras fusões, mas de menor porte”, diz.

O anúncio do novo grupo para a sociedade acontece hoje, durante um evento no Castro’s Hotel, incluindo as operadoras de planos de saúde. O coordenador do G500 garante que os hospitais não pretendem modificar seu relacionamento com as operadoras, que até terão condições de ter uma interlocução mais produtiva com um único grupo, ao invés de fragmentada como é hoje. “Não há uma ameaça às operadoras, mas uma situação de maior sinergia”, destaca.

Clidenor explica que, para o paciente, o que muda é a qualidade e excelência do atendimento. Segundo ele, com os hospitais trabalhando juntos, há possibilidade de uma integração, onde uma gestante que estiver na maternidade, por exemplo, terá mais facilidade para conseguir um leito na pediatria do outro hospital parceiro. “Haverá maior sinergia e otimização, com resultado final na excelência. Queremos fortalecer e expandir, oferecendo mais leitos, postos de trabalho e um maior número de atendimentos com mais qualidade”, completa. A expectativa é que, no futuro, outros hospitais também possam se juntar ao novo grupo.

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