Os empresários querem reduzir as restrições para o comércio da capital. Nesta quarta-feira (14), representantes do setor se reúnem com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, para pedirem uma maior flexibilização das regras em vigor atualmente. Entre os pedidos, estão a volta do horário normal de funcionamento das lojas de rua, das 8 às 18 horas, e do transporte coletivo. Os bares e restaurantes também levarão algumas demandas à administração municipal, como a ampliação do horário e da capacidade de atendimento.
O decreto da Prefeitura está em vigor desde o último dia 7 de julho, mas trouxe poucas alterações em relação ao anterior. Para os empresários, os números atuais da pandemia, com a redução do índice de contaminações, de ocupação de leitos e de mortes, já permitiriam ampliar a flexibilização. Para o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, é importante retomar o horário normal de funcionamento do comércio para oportunizar mais tempo de trabalho, o que deve resultar na geração de mais empregos.
“Para isso, será preciso voltar o funcionamento normal do transporte público”, alerta. Atualmente, o transporte continua sendo prioritário para os trabalhadores dos serviços essenciais nos horários de pico: das 5h45 às 7h15 e entre 16h45 e 18h15, somente os trabalhadores cadastrados como de serviços essenciais podem usar.
Segundo Baiocchi, entre as demandas mais urgentes estão as do segmento de bares e restaurantes, que pedem a ampliação do número de pessoas por mesa, a redução do espaçamento entre elas e abertura até às 3 da manhã. Outra reivindicação é a reabertura dos cinemas, medida já adotada pela Prefeitura de Aparecida. “O ritmo de vacinação está bom e a tendência é vacinar logo o público jovem, que é o que mais sai”, prevê.
O empresário Agenor Braga, conselheiro da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL-Goiânia), também defende uma maior flexibilização por parte da Prefeitura, diante da redução dos números da pandemia e o andamento da vacinação na capital. Ele acredita na possibilidade da volta do funcionamento normal do comércio em breve, sem qualquer restrição. “Cada dia que passa, estamos mais otimistas de que assim que tudo isso terminar, teremos um boom de retomada, com as pessoas com novo ânimo, como no fim de uma guerra”, prevê Braga.
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado (Acieg), Rubens Fileti, a flexibilização das restrições deve legalizar uma coisa que já acontece na prática, pois a necessidade faz com que muitas empresas descumpram o decreto e funcionem além do horário. Um bom exemplo são empresas do setor de serviços, como escritórios de contabilidade e salões de beleza, que pelo decreto só poderiam funcionar das 12 às 20 horas.
“Em Goiânia, temos que abrir uma hora mais cedo e fechar às 17 horas, enquanto as empresas de Aparecida têm duas horas a mais, o que gera confusão. Além disso, os informais atuam livremente na Região da 44”, adverte Rubens. Para reduzir as restrições, os empresários garantem que pretendem até aumentar a rigidez da higienização nas empresas e pedirão uma fiscalização mais rigorosa sobre os estabelecimentos que descumprirem as regras, como boates que recebem um público acima do permitido.
Na visão do presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado (Sindilojas-GO), Eduardo Gomes, este é o momento para uma abertura total da economia, dando melhores condições de trabalho para que os negócios possam fluir normalmente. “O mais importante é manter todos os protocolos de segurança e evitar aglomerações e ter menos contágio. Temos que aprender a conviver com este mal e avançar na vacinação”, alerta.
Bares querem abrir até 3 da manhã e mais pessoas à mesa
Para o presidente do Sindilojas-GO, Eduardo Gomes, a redução do horário de funcionamento só contribui para o aumento da aglomeração durante a abertura. “Nossa maior reivindicação é aumentar o horário de funcionamento para até às 3 horas”, informa o presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (Sindibares), Newton Pereira.
O decreto atual só permite abertura até às 23 horas. Segundo ele, isso restringe muito o público dos bares, a maioria composta por jovens que só costumam sair de casa após às 22 horas. Os empresários também pedirão que o número permitido de pessoas por mesa seja ampliado de 6 para 12. “Tudo que pedimos é baseado na atual situação epidemiológica do município. Quando o número de casos estava subindo, nós de pronto aceitamos as restrições impostas pela Prefeitura para não fecharmos”, lembra Newton.
De acordo com ele, a grande maioria das regras atuais já está em vigor há quase 90 dias e, neste período, muitas empresas chegaram a fechar as portas. “Restaurantes que funcionam só durante o dia não foram tão afetados, mas os bares, que dependem muito das noites nos finais de semana, perderam quase 50% de seu faturamento. Bem no horário de maior pico, somos obrigados a fechar as portas”, afirma o presidente do Sindibares.
Para Rubens Fileti, da Acieg, as entidades empresariais estão otimistas porque estão com um diálogo aberto com a administração municipal, o que tem gerado credibilidade. A Prefeitura de Goiânia informou que só se manifestará sobre a possibilidade de alguma mudança após a reunião desta quarta-feira (14).