“Assédio patronal é crime”, dizem entidades em carta que faz contraponto ao Fórum Empresarial

Cinquenta e uma entidades que representam trabalhadores assinam nota em resposta ao Fórum Empresarial de Goiás, que declarou apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) na semana passada. O documento aponta que a ação das entidades patronais “ultrapassa limites que não podem ser transpostos numa democracia”, “beira o assédio eleitoral” e “transparece a ideia de transformar empresas em currais eleitorais”.
 
Intitulado “Assédio moral é crime, o eleitor é livre. Não ao voto de cabresto”, a nota obtida pela coluna é assinada por entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg) e Movimento dos Trabalhadores/as Sem Terra (MST). 

O documento solicita à Justiça Eleitoral, ao Ministério do Trabalho (MPT) em Goiás e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) que “fiscalizem as empresas ligadas às entidades que assinam o manifesto do Fórum Empresarial”. “Para que nenhum trabalhador seja coagido, ameaçado, assediado e amedrontado no exercício de seu mais legítimo dever de cidadão, que é escolher os seus governantes”, argumenta.

As entidades não pedem voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pretendem distribuir o documento a partir desta quinta-feira (20).

Na última quinta (13), o Fórum Empresarial divulgou “mensagem sobre o 2° turno das eleições presidenciais”. No texto, as entidades afirmam que é momento de reafirmar “o compromisso com os princípios que nortearam a gestão do presidente Jair Bolsonaro, como a responsabilidade fiscal, o crescimento sustentado da economia, a garantia da propriedade privada e os incentivos ao comércio, à indústria e ao agronegócio”.

“O Brasil está pronto para dar um salto de crescimento. Para isso, é imprescindível que as políticas públicas implantadas sejam levadas adiante. É por esta razão que as entidades que subscrevem este documento apoiam e recomendam o voto na reeleição do presidente Jair Messias Bolsonaro neste 30 de outubro”, finaliza a nota assinada pelas federações das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio), da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL), entre outras entidades. 

O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou que o número de denúncias de assédio eleitoral aumentou mais de sete vezes após o 1° turno das eleições. Em Goiás, o MPT apura, entre outros, caso suspeito na Agência de Fomento de Goiás (Goiás Fomento). Também investiga reuniões políticas realizadas pelo deputado federal eleito Gustavo Gayer (PL) nas construtoras Vega e CMO, na Provenda Imobiliária e na Fecomércio, que também são alvos do inquérito.

Fonte: O Popular

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