Comércio varejista em Goiás cresce acima da média nacional

 

 

Vendas no Estado aumentaram 13,2% em abril na comparação com o mesmo mês de 2009. Sobre março, o índice ficou 0,3% superior

Lídia Borges

Mais uma vez, Goiás registra um crescimento de vendas no varejo acima dos índices nacionais. No último levantamento da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), referente ao mês de abril, o Estado apresentou variação positiva tanto na comparação anual (abril 2010/abril 2009), quanto na mensal (abril 2010/março 2010), na contramão do cenário brasileiro (veja texto ao lado). Em abril, o comércio varejista goiano aumentou 13,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, contra os 9,1% verificados no País.

Crescimento – Comparada com março, a discrepância é ainda maior. Apesar do resultado tímido, de 0,3% de crescimento, Goiás se destaca por estar entre os oito Estados que tiveram variação positiva. Na média nacional, as vendas caíram 3% em abril sobre o mês anterior, a maior redução registrada desde o início da série histórica, em 2000. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que, na ponta das atividades que mais puxaram o varejo em abril (2010/2009), novamente aparece o setor de móveis e eletrodomésticos com o maior crescimento no volume de vendas (27,6%), seguido dos produtos farmacêuticos e de perfumaria (20,2%) e tecidos, vestuário e calçados (18,6%).

Na pesquisa do varejo ampliado, o impulso na vendas foi ainda maior: 16,8%. Nesta pesquisa, estão incluídos os setores de automóveis (18,9%) e de materiais de construção (33,3%). Nestes dois últimos casos, assim como no segmento de móveis e eletrodomésticos, os bons resultados em abril ainda são reflexo da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho.

Linha branca –  Ele explica que as empresas aproveitaram a redução de impostos – até março, para automóveis, e anteriormente para a linha branca e mobiliários – para reforçar fortemente os estoques de produtos. "Com isso, foi possível praticar preços reduzidos no varejo sem repassar o aumento do IPI mesmo em abril", ressalta. Já em relação aos produtos farmacêuticos, não há um fator que justifique o crescimento pontual em abril para o varejo. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de Goiás (Sincofago), João Aguiar Neto, o impulso nas vendas é resultado da melhoria da economia com um todo, com aumento do poder de compra e maior acesso das classes C, D e E. "A concorrência entre as empresas e a acessibilidade aos medicamentos genéricos também resultam em preços mais baixos e, com isso, as compras aumentam." Quanto ao bom desempenho do setor de material de construção, além do impulso dado pela redução do IPI, ainda há influência das obras dos programas de Aceleração do Crescimento e Minha Casa, Minha Vida.

Melchior destaca ainda que o aquecimento do comércio este ano é uma consequência natural do aumento do consumo após a crise econômico mundial que afetou o País no início de 2009. "Esse ano tem tudo para ser altamente positivo, diante do aumento da renda e do nível de emprego", acrescenta. O economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), destacou que o crédito firme no Brasil e o mercado de trabalho aquecido são fatores que sustentarão um crescimento na faixa de 10% das vendas do varejo neste ano. Nem a alta dos juros, segundo ele, impedirá o bom desempenho do setor.

Para a consultoria LCA, a alta dos juros (Selic) afetará significativamente o comércio apenas em 2011. Por isso, mantiveram a projeção de crescimento de 8,5% nas vendas do setor neste ano. De acordo com a LCA, o ramo de móveis e eletrodomésticos surpreendeu ao não sentir os reflexos do fim da redução de IPI para a linha branca (fogão, geladeira e outros) no fim de janeiro.

 

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