Se as recentes oscilações no mercado acionário não complicarem a economia brasileira, o comércio goiano deve abrir até o fim do ano cerca de 16 mil vagas temporárias de trabalho em todo o Estado, segundo estimam entidades patronal e de trabalhadores.
Quem busca uma oportunidade no setor deve ficar atento desde já. As contratações já começaram em alguns segmentos e devem continuar também para o Dia das Crianças até o Natal, com grandes chances de efetivação.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas-GO), José Carlos Palma, embora o momento seja de cautela, por conta do sobe-e-desce das bolsas de valores, a busca por mão-de-obra no varejo é expressiva, em função da abertura e ampliação de empresas em Goiás.
Como existe urgência dos lojistas por profissionais, a experiência e a capacitação deixaram de ser critérios para a seleção.
Agora, o perfil comportamental do candidato se tornou decisivo para a contratação. "Vendas e técnicas são adquiridas com treinamento. O que a gente procura são pessoas comprometidas com a empresa, que busquem crescer, ter mais conhecimento", frisa José Carlos.
De acordo com a psicóloga Méri Dias, supervisora da Escola do Varejo e do Banco de Talentos da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, as empresas buscam vendedores com atitude. "Não adianta correr atrás de pessoa já qualificada, porque não tem no mercado.
Por isso, a busca é pelo candidato proativo, que se disponha a aprender e a fazer", ressalta.
Os setores que mais devem contratar no varejo são os de roupa e calçados, brinquedos, perfumes e eletrodomésticos. No atacado, se destacam as lojas de material de construção.
A expectativa do Sindicato dos Empregados no Comércio de Goiás (Seceg) é de que os salários de temporários fiquem entre R$ 800,00 e R$ 1.300,00.
Mas o presidente do Sindilojas, José Carlos, destaca que o profissional que pretende fazer carreira como vendedor tem a oportunidade de conseguir uma remuneração muito maior.
Para isso, é importante que o profissional esteja disposto a se preparar muito bem para o ofício, conhecendo completamente a mercadoria que vai comercializar, de forma que se torne especialista no segmento em que pretende atuar.
"Assim como em outras profissões, como de médico ou engenheiro, o futuro do vendedor também é a especialização. Para vender um tênis, por exemplo, ele precisa saber todas as características do material de que é feito o produto, para que tipo de atividade ele é indicado, o que se adapta melhor à pisada do cliente, etc", exemplifica José Carlos.
Mesmo sendo para uma vaga provisória, o trabalhador tem uma série de direitos que devem ser observados. Conforme a legislação, ele deve ter a carteira de trabalho assinada, especificando a condição de temporário, e receber remuneração igual a dos funcionários da empresa que tenham mesma carga horária e função – garantido sempre o salário mínimo.
Assim como para os demais funcionários, a jornada é de no máximo oito horas diárias, com direito a hora-extra em caso de exceder essa carga horária.
O profissional temporário também deve ter garantido o recebimento de férias proporcionais, repouso semanal remunerado, adicional por trabalho noturno e seguro contra acidente no emprego.