Trabalho escravo diminuiu no País em 2010, diz relatório da Pastoral da Terra

Os 204 casos de trabalho escravo registrados no País no ano passado representam uma redução de 15% em relação a 2009 e envolveram 4.163 trabalhadores (menos 32%), dos quais 2.914 foram libertados. Em 2009, houve 240 casos, com 6.231 trabalhadores envolvidos e 4.283 deles libertados. O número de menores escravizados também caiu, de 108 para 66 de um ano para o outro.

Os dados são do relatório Conflitos no Campo Brasil 2010, divulgado ontem (19) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Segundo o documento, em 20 estados da federação houve registro de trabalho escravo, mas o que mais chama a atenção é que trabalhadores escravos foram localizados e libertados em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O Sudeste é a única região do Brasil em que houve aumento no número de casos – de 21, em 2009, passou para 28 em 2010, um aumento de 33,3%. O crescimento do número de casos também ocorreu nos estados do Espírito Santo, 4 para 7 (+ 75%), Minas Gerais de 7 para 13 (+ 85,7%), Rio de Janeiro, 5 para 6 (+ 20%).

São Paulo que teve o registro de cinco casos em 2009, em 2010 teve 2 casos registrados. A região Sul, mesmo com diminuição no número de casos (de 26 em 2009 para 18 em 2010, ou seja, – 30,8%) foi a única região em que houve crescimento no número de trabalhadores submetidos a condições análogas ao trabalho escravo e libertados. Passou de 343, em 2009, para 416.

Houve registro de trabalho escravo em 20 estados, sendo o Sudeste a única região em que houve aumento desse crime, de 21 em 2009 para 28 em 2010, um aumento de 33,3%.

O documento foi encaminhado à Presidência da República e será entregue também à Secretaria Especial de Direitos Humanos e aos ministérios do Desenvolvimento Agrário, Minas e Energia e do Meio Ambiente.

Casos de aumento

No Espírito Santo, o aumento ficou em 75% (de quatro para sete casos); em Minas Gerais, cresceu 85,7% o número de casos (de sete para 13); e no Rio de Janeiro, o aumento ficou em 20% (de cinco para seis casos).

Em números absolutos, conforme o relatório da CPT, o Pará registra o maior número de casos (73), seguido do Maranhão (18), de Mato Grosso (17), Goiás e do Tocantins (cada um com 15) e de Minas Gerais (13). O Pará também ocupa o primeiro lugar no número de trabalhadores escravizados (1.522 e 562 libertados), seguido de Minas Gerais (511, todos libertados).

De acordo com o relatório, houve avanço do trabalho escravo nas regiões mais ricas e desenvolvidas do País, o que “mostra que o capital lança mão de relações de trabalho, que se diziam extintas, para auferir lucros cada vez maiores”.

 

 

 

 

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