Karina Ribeiro
As negociações salariais realizadas em 2011 foram positivas para 562.342 os trabalhadores da indústria, comércio e serviços no Estado de Goiás. Dos 21 instrumentos normativos, sendo 19 convenções coletivas (entre entidades patronais e sindicatos) e dois acordos coletivos (feitos diretamente com a empresa), todos tiveram ganhos salariais reais, ou seja, acima da inflação baseada no Índice Nacional de Preço do Consumidor (INPC) – acúmulo anual de 6.50%.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), os trabalhadores do setor do comércio obtiveram a maior média de ganho real – 4,86% – embora o índice não reflita o reajuste real da maioria dos trabalhadores desse segmento. Um dos setores mais volumosos do comércio, os trabalhadores das áreas varejistas e atacadistas, com 211.911 e 39.248 vínculos trabalhistas, respectivamente, conseguiu ligeiro ganho real – 0,94%. A indústria (227.557 vínculos trabalhistas) registrou percentual de 3,48%, puxado pela construção e mobiliário, seguido pelo setor de serviços (83.626 vínculos) – com ganho médio abaixo de 2%. “Os sindicatos mais articulados e organizados conseguiram melhores negociações”, analisa a coordenadora técnica do Dieese, Leila Brito.
A queda do crescimento do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 de 2,7% ante 7,5% em 2010 e períodos de alta elevação das taxas de juros, diz, um maior poder de compra. “Mas a expectativa é que o ganho seja mais significativo este ano”, afirma.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Goiás (Seceg), Eduardo Amorim, apesar das negociações terem sido positivas o ganho real não foi significativo.
Ele explica que como o acúmulo dos índices da inflação costuma ser mais robustos no segundo semestre e os acordos foram realizados nos primeiros seis meses do ano, o poder aquisitivo do trabalho.