Federação dos Trabalhadores no Comércio - Goiás - Tocantins

Alta dos alimentos aperta orçamento dos trabalhadores

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Alta dos alimentos aperta orçamento dos trabalhadores

O trabalhador goianiense que ganha salário mínimo (R$ 510,00) sentiu sua renda ser corroída este ano, com os aumentos dos produtos da cesta básica, sobretudo feijão, carne, açúcar e leite. No ano, o custo da cesta, composta por 13 itens, aumentou 23,79% na capital, a maior taxa do País e quase quatro vezes a inflação de Goiânia acumulada até outubro, pelo IPC da Seplan-GO, que ficou em 6,47%. Isso embora no mês passado o índice da cesta (2,77%) tenha recuado ante outubro ( 5,64%), registrando o valor de R$ 236,31.

De acordo com a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), este ano o feijão subiu 124,57% e a carne bovina aumentou 44,95%. O açúcar ficou 29,45% mais caro e o leite, 25,1%. "Este é o ano da inflação dos alimentos, afetando mais o bolso dos assalariados", afirma a coordenadora técnica do Dieese-Goiás, economista Leila Brito.
No mês passado, o custo da cesta básica em Goiânia recuou em relação ao mês anterior e ficou em 2,77%. A redução do índice, na comparação com outubro, foi puxada pela queda do preço do feijão (-9,67%), arroz (-3,72%), tomate (-7,3%) e de outros produtos, como pão francês, café e leite.

Embora o índice de reajuste da cesta básica de Goiânia tenha diminuído no mês, o aumento de 2,77% ainda é considerado alto pelos economistas. O custo foi pressionado, basicamente, pela disparada dos preços da batata (34,15%), carne (11,05%) e açúcar (8%).

A explicação do Dieese para a alta da carne em Goiânia e nas demais capitais pesquisadas é que as pastagens foram prejudicadas pela seca e a demanda externa aumentou. A previsão é de que os preços continuem em alta este mês, em função da maior procura pelo produto por causa das festas do fim de ano.

Peso – A aposentada Iraídes Machado está assustada com os preços do feijão, da carne e de outros produtos alimentícios. "A carne e o feijão são dois produtos que não podem faltar na mesa do trabalhador. Estão caríssimos. O assalariado não tem como comprar e com isso o seu prato fica mais vazio e mais pobre", lamenta.

Para manter uma proteína nas refeições da família, o guarda municipal Davi Pires Batista está substituindo a carne bovina pela suína ou de aves. "A carne de boi subiu de preço exageradamente este ano. Não dá mais para levar para casa", reclama Batista, ao lembrar que, este ano, os alimentos em geral tiveram altas sem controle, pesando no bolso dos trabalhadores. Ele conta que recomendou à esposa que faça mais economia e que continue pesquisando os preços antes de efetuar as compras.
 

Neste mês, os supermercados registram estabilidade dos preços no atacado, com exceção das carnes. O supervisor de loja do Hipermercado Moreira, Ademir José Ferreira, lembra que o motivo da pressão dos preços dos produtos agropecuários, o período de seca, já passou. Portanto, a tendência agora é de aumento de oferta e, com isso, preços mais estáveis.
 

Além disso, acrescenta Admir Ferreira, os responsáveis pelo departamento de compra da empresa estão diversificando os fornecedores e "brigando" nas negociações para garantir preços mais acessíveis aos consumidores.
 

No mês passado, todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese registraram alta no preço dos gêneros alimentícios essenciais. Os aumentos mais expressivos da cesta básica do Dieese foram registrados em Manaus (9,28%) e em Fortaleza (8,03%). O valor mais alto da cesta continua sendo em São Paulo (R$ 264,61) e o mais barato em Aracaju (R$ 179,78).
 

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