Associação quer reativar comércio no Centro de Goiânia

A Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia e Adjacências (Acic), registrada neste mês, chama atenção para a necessidade de medidas que promovam o comércio, atraiam mais moradores e mantenham a região limpa e segura. “Nossa proposta é tornar o Centro um ponto turístico, dentro do conceito de shopping a céu aberto”, explica o presidente da Acic, o advogado Uilson Manzan.

Entre as ações já desenvolvidas, está a entrega à Prefeitura de Goiânia de abaixo-assinado com 700 nomes endossando lista de reivindicações e propostas. Também foi realizado ato simbólico, terça-feira, 20, na Avenida Goiás, que reuniu cerca de 40 pessoas. Com faixas educativas, os participantes recolheram lixo nas calçadas e no canteiro central.

O presidente da Acic esclarece que a entidade congrega empresários, moradores e profissionais liberais que têm laços afetivos e de negócios com o Centro. “Pode participar qualquer pessoa que se identifique com a causa.”

Uilson aponta três principais linhas de atuação da Acic. A empresarial, para incentivar novos empreendimentos e conscientizar os proprietários de imóveis da necessidade de adequar o valor do aluguel “à realidade do mercado”. O advogado comenta que várias portas permanecem fechadas porque os preços estão muito elevados. Ainda em relação ao comércio, ele menciona a restauração das fachadas em estilo art déco, hoje escondidas por letreiros, placas e marquises, a adequação de calçadas e a colocação de lixeiras.

Outra vertente se dirige à população. A entidade defende campanhas educativas para que os transeuntes mantenham limpas as vias e respeitem os equipamentos coletivos, assim como maior divulgação de atrativos como a variedade de produtos no comércio, “a preços mais acessíveis”, diz Uilson.

O terceiro foco é no diálogo com a Prefeitura e o Estado, para definir e implementar projetos e “mudanças urgentes”. Algumas propostas da Acic coincidem com programas do poder público. Outras, porém, são questionadas, como as referentes a intervenções no trânsito.

A Acic defende o fechamento de vielas, sob argumento de que são pontos de tráfico e uso de drogas como crack; a liberação de estacionamento nos dois lados de vias mais largas, como as Ruas 3 e 4 e a Avenida Tocantins; a implantação de parquímetro e o fim da Zona 40, que impõe limite de velocidade de 40 km/h, “pois tem afastado o consumidor devido à dificuldade no trânsito”.

Mobilidade

A Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) já liberou estacionamento nos dois lados da Rua 4 aos sábados. Porém, diz o titular da pasta, Fernando Santana, essas vagas ficam constantemente ocupadas, indicando que a melhor solução é mesmo o sistema de rodízio.

Segundo o secretário, a Área Azul será ampliada dentro de um ano, com controle de vagas por sistema eletrônico, via aplicativo. Ele informa que deve ser feita licitação em 60 dias, com edital que seja atrativo para empresas interessadas em assumir a operação do serviço. “Como o último reajuste foi em 2014, obviamente a tarifa sofrerá pequeno ajuste para viabilizar esse processo.” A meta é passar das 3.700 vagas hoje existentes entre Campinas e Goiânia para 11 mil em um ano, com o sistema de rodízio onde existe comércio forte, informa Fernando.

Em relação a outra demanda da Acic, de elevar o limite de velocidade na Zona 40, o titular da SMT considera inviável. Ele lembra que em menos de um ano, houve redução de acidentes e atropelamentos em mais de 85%. Além de proporcionar maior segurança para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas, a Zona 40, analisa Fernando, traz garantia de mobilidade. “Quando tem batida, trava tudo, vira engarrafamento. E a fiscalização está bem identificada, sinalizada.”

Incentivos

A nova associação pede ainda incentivos fiscais: isenção de taxas e do ISS para bares e restaurantes que iniciem atividades pela Prefeitura de Goiânia e do ICMS pelo Estado para abertura de novas empresas. Também do Estado, é pedido o retorno do Vapt Vupt, que já teve duas unidades no Centro, e reforço no policiamento. Outra reivindicação é a realização sistemática de ações culturais e esportivas na região central da cidade.

Secretário de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Henrique Alves diz que algumas mudanças sugeridas dependem de aprovação pela Câmara de Goiânia, onde tramita, por exemplo, o projeto do novo Plano Diretor, no qual o Executivo inseriu propostas para o Centro. Henrique cita também que no novo Código Tributário são previstos benefícios visando atrair pessoas para o Centro. Esse projeto, porém, foi pedido de volta pelo Paço e não há previsão de seu retorno à Câmara.

Outro projeto, o Reviva Goiânia, foi aprovado em primeira votação na Câmara. Ele concede isenção do IPTU por dois anos e outros incentivos aos comerciantes que recuperarem as fachadas em art déco em todo o núcleo pioneiro central.

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