Justiça autoriza venda de três pontos comerciais da rede que estão fechados. Os três estão avaliados em R$ 37,85 milhões
Os pontos comerciais da Serrinha, da Avenida D e da Praça das Mães do Supermercado Marcos serão colocados à venda, em propostas abertas, durante a assembleia geral de credores. A primeira reunião está marcada para o dia 8 de dezembro, às 14 horas, no auditório da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal, no Setor Bueno, em Goiânia.
Se não houver quórum, será realizada uma segunda assembleia no dia 13 de dezembro, no mesmo local e horário. A alienação dos pontos comerciais foi autorizada segunda-feira pelo juiz da 11ª Vara Cível, Carlos Luiz Damacena, a pedido dos próprios donos da rede.
Os três pontos comerciais do Marcos estão avaliados em R$ 37,85 milhões. O ponto da loja da Serrinha é o mais caro, estimado em R$ 17,32 milhões. O da Avenida D está avaliado em R$ 13,17 milhões e o da Praça das Mães, no Setor Oeste, em R$ 7,34 milhões.
Propostas – O administrador judicial da Rede Marcos, Mauracy Andrade de Freitas, da Andrade Advogados Associados, lembra que as propostas de aquisições dos pontos comerciais devem ser entregues em envelopes lacrados, em seu escritório, 24 horas antes da realização da assembleia geral de credores.
O dinheiro a ser arrecadado com a alienação dos pontos comerciais será usado na implementação do plano de recuperação judicial da Rede. Parte deverá ser aplicado na capitalização da empresa e nas quitações das dívidas trabalhistas e dos fornecedores.
Mauracy Andrade explica que a venda dos pontos comerciais é uma das saídas para os credores receberem mais rápido e ainda gerar capital de giro para que o Marcos volte a funcionar melhor. Com a venda, 50% do valor arrecadado será usado para antecipar o pagamento dos credores, através de leilão reverso, onde quem der o maior desconto, receberá primeiro.
Credores – Ele acrescenta que, como os bancos foram excluídos da lista dos credores por terem garantia real, o valor total da dívida da Rede Marcos, avaliada em R$ 85 milhões, caiu agora pela metade.
Diante disso, o administrador judicial acredita que, se for efetivada a venda dos três pontos comerciais, poderá ocorrer a antecipação do pagamento dos credores, reduzindo o prazo de 20 anos da recuperação judicial da empresa.
Plano foi aprovado em assembleia – O plano de recuperação judicial do Grupo Marcos foi aprovado na assembléia de credores realizada no dia 25 de outubro último e homologado no último dia 4 pela Justiça. A empresa se propôs a pagar as dívidas trabalhistas em 12 meses, e com os demais credores, parceladas em 20 anos, com 24 meses de carência. O valor total da dívida é de cerca de R$ 85 milhões.
O pedido de recuperação judicial da empresa foi protocolado na Justiça goiana no dia 10 de outubro do ano passado, visando reequilibrar os custos operacionais e garantir a sobrevivência do negócio. Na época, a empresa fechou cinco lojas e demitiu cerca de 500 trabalhadores. O grupo é formado pelas empresas Mercantil Alimentos, Santa Cruz Importação e Comércio e PPS Indústria e Comércio.
Atualmente, quatro pontos de venda do Marcos continuam funcionando precariamente em Goiânia: da Rua 90, Castelo Branco, Setor Pedro Ludovico e Setor Fama. A Rede ainda tem em seu poder os pontos comerciais das Avenidas T-7 e Rio Verde, que estão fechados.