O saldo do emprego com carteira assinada no Brasil ficou positivo em 34.253 vagas de emprego em maio, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho. O resultado decorre de 1.242.433 de admissões e de 1.208.180 demissões.
Esse foi o segundo resultado positivo seguido e o primeiro para meses de maio desde 2014, quando foram abertas 58,8 mil vagas. O resultado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde fechamento de 5 mil vagas a abertura de 49 mil postos, com mediana positiva em 19.187.
Nos cinco primeiros meses de 2017, há uma abertura de 48.253 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses, há um fechamento de 853.665 vagas.
O resultado de maio reforça a percepção de retomada da atividade, avaliou há pouco o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. "Podemos constatar que economia volta a dar sinais de recuperação, e a geração de empregos é um indicador que mostra isso", disse.
O ministro afirmou ainda que o governo trabalha para manter a tendência de alta no emprego e ressaltou que, dos cinco primeiros meses do ano, houve resultado positivo em três (fevereiro, abril e maio). Mas Nogueira reconheceu que projetar agora um saldo positivo para o ano é prematuro. "Gostaria de garantir isso (que o ano terminará com geração de emprego), mas não posso garantir", admitiu.
O resultado mensal foi puxado pela agricultura, que gerou sozinha 46.049 postos formais em maio. Em seguida, tiveram desempenhos positivos o setor de serviços (1.989 vagas a mais), a indústria de transformação (1.433 postos criados) e a administração pública (criação de 955 vagas).
Por outro lado, tiveram saldo negativo comércio (-11.254 postos), construção civil (-4.021 vagas), indústria extrativa mineral (-510 postos) e serviços industriais de utilidade pública (-387 postos).
O ministro do Trabalho destacou que, em maio, quatro dos oito principais setores da economia geraram vagas. "Acreditamos que a economia se consolida mês a mês, e os setores vêm apresentando sinais de recuperação. Mesmo aqueles que apresentaram resultados negativos, na comparação com o mesmo período de 2016 e 2015, os números são menores", afirmou o ministro.
O coordenador-geral de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, lembrou que o desempenho de setores como indústria de transformação (que gerou 1,4 mil vagas) e serviços (que abriu quase 2 mil postos) está "condizente" com a sazonalidade do período, bem como a geração de 46 mil vagas na agricultura, também verificada em meses de maio de anos anteriores. Daqui para frente, a tendência é que o saldo total oscile até atingir o pico do emprego, entre os meses de setembro e outubro.
Mas o técnico também ponderou que é difícil fazer projeções para o desempenho do mercado de trabalho no ano. "O mercado de trabalho é caixinha de surpresas, não temos como ter certeza dos próximos resultados", disse.