O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (2) que a aprovação do Cadastro Positivo pelo Senado Federal na quarta-feira (1º) vai possibilitar uma queda dos juros bancários para os consumidores.
"É uma velha luta. Eu não sei porque demoramos tanto e houve tanto obstáculo. O Cadastro Positivo vai ser bom porque possibilitará um conhecimento mais profundo das instituições financeiras sobre a situação dos correntistas, daqueles que querem mais crédito. Qaundo você não tem informação, eleva as taxas", disse ele.
O conceito de "cadastro positivo" é a criação de uma lista de bons pagadores. A intenção é que as empresas informem a serviços de proteção ao crédito sobre as contas pagas em dia pelos consumidores, facilitando a análise de risco e permitindo a redução de juros.
Com o Cadastro Positivo, disse o ministro da Fazenda, os bancos vão perceber que 95% da população, ou até mais dos brasileiros, fazem o pagamento corretamente. "Com isso, os bancos deveriam reduzir os juros, que é para isso que existe cadastro. Para que haja uma redução da taxa de juros para a maioria da população que tem um comportamento bom.Quando a gente conversava com as instituições financeiras, eles me garantiram que o cadastro positivo poderia permitir uma redução do spread, e portanto dos juros", declarou ele.
Segundo o ministro, o Cadastro Positivo ainda tem de ser regulamentado pelo governo federal, mas ele acrescentou que vai fazer isso o "mais rápido possível". "Depois que entrar em vigor, vamos cobrar essa fatura [dos bancos]", disse Mantega.
Ele também confirmou que está estudando medidas para estimular o crédito de longo prazo do setor privado na economia brasileira. As medidas, afirmou Mantega, deverão ser anunciadas nas próximas duas semanas. "É um conjunto grande de medidas. Espero finalizá-las nas próximas duas semanas para que já possamos apresentá-las, de modo que as instituições financeiras já comecem a trabalhar com essa nova postura, novos instrumentos. O objetivo é alongar o crédito, ter mais crédito privado, mais longo e com taxas de juros menores, para financiar a economia brasileira", afirmou.