A cesta básica do brasileiro repetiu o resultado de setembro e ficou mais cara em nove das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (5).
O conjunto de itens essenciais ficou mais caro em Recife, Manaus, Fortaleza, Natal, Salvador, Belém, Curitiba, São Paulo e Goiânia.
Os preços ficaram mais baratos em Florianópolis, Brasília, Vitória, Porto Alegre, Belo Horizonte, Aracaju, Rio de Janeiro e João Pessoa.
Vilões do consumidor
O arroz foi o único item que pesou mais no bolso dos consumidores de todas as 17 regiões pesquisadas. As elevações mais expressivas foram apuradas em Aracaju (19,77%), Vitória (16,93%) e Recife (13,88%).
A comparação anual, ou seja, outubro de 2012 e outubro de 2011, mostra que o alimentou ficou mais caro em todas as capitais, especialmente em Belém (51,65%), Vitória (50,34%) e Curitiba (42,77%).
Outros vilões foram o óleo de soja, com aumento em 16 localidades, e o leite, cujo preço se elevou em 14 cidades.
A carne bovina, que tem o maior peso na cesta, apresentou alta em 13 capitais. As maiores elevações foram observadas em Curitiba (5,67%), Recife (5,39%) e São Paulo (4,34%).
Porém, no acumulado entre janeiro e outubro, o alimento registra queda em nove capitais, com destaque para Goiânia (-13,43%), Vitória (-5,73%) e Belém (-5,01%).
Responsável por elevar a cesta em setembro, o pão francês ficou mais caro em 13 capitais.
São Paulo voltou a apresentar o maior valor para a cesta básica depois de três meses e os produtos de primeira necessidade custaram R$ 311,55 em outubro. Porto Alegre teve a segunda cesta mais cara (R$ 305,72), seguida por Manaus (R$ 298,22).
Os pacotes mais baratos foram encontrados em Aracaju (R$ 206,03), Salvador (R$ 223) e João Pessoa (R$ 232,97).
Salário mínimo
No mês de outubro, o brasileiro que ganha o salário mínimo (R$ 622) precisou de 95 horas e 1 minuto — quase quatro dias — para comprar a cesta básica do mês. O preço do pacote de alimentos e produtos básicos corresponde a 46,95% do salário líquido (descontada a Previdência) do trabalhador que ganha o mínimo.
Já em setembro, a cesta absorvia 47,04% do salário.
Para estimar o valor ideal do salário mínimo, capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador, os técnicos do Dieese levam em consideração o maior custo para o conjunto de itens básicos — que em outubro ocorreu em São Paulo (R$ 311,55).
O Dieese considera também a premissa básica da Constituição de que o menor salário pago deve suprir as despesas de um trabalhador e a respectiva família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência.
Para atender a essas necessidades, em outubro, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.617,33,, o que corresponde a 4,21 vezes o mínimo em vigor (R$ 622).
No mês anterior, o mínimo necessário era semelhante e chegava a R$ R$ 2.616,41, (4,21 vezes o valor vigente), e em outubro de 2011, o piso nacional deveria atingir R$ 2.329,94, ou 4,28 vezes o mínimo da época (R$ 545).
Confira os preços da cesta básica nas capitais:
Recife R$ 250,28
Manaus R$ 298,22
Fortaleza R$ 255,11
Natal R$ 247,18
Salvador R$ 223
Belém R$ 268,58
Curitiba R$ 282,97
São Paulo R$ 311,55
Goiânia R$ 251,12
João Pessoa R$ 232,97
Rio de Janeiro R$ 295,39
Aracaju R$ 206,03
Belo Horizonte R$ 290,61
Porto Alegre R$ 305,72
Vitória R$ 293,83
Brasília R$ 271,55
Florianópolis R$ 282,80