Em um nova pesquisa sobre políticas de trabalho flexível, pesquisadores da Foster School of Business, da Universidade de Washington, concluíram que pessoas que escolhem trabalhar de manhã cedo são percebidas pelos chefes como melhores empregados em relação aos que optam por entrar mais tarde.
O estudo, que tem coautoria do doutorando Kai Chi (Sam) Yam e dos professores adjuntos da gestão Ryan Fehr e Christopher Barnes autointitula-se como o primeiro a documentar esse tipo de preconceito no local de trabalho contemporâneo.
– Em três estudos separados, nós achamos evidências de um viés mais natural no trabalho matutino. Comparado com pessoas que escolhem trabalhar mais cedo do dia, pessoas que escolhem começar a jornada mais tarde são implicitamente assumidas a serem menos conscientes e menos efetivas em seus trabalhos – disse Yam.
Os horários de trabalho flexíveis se tornaram muito populares entre os empregados nas empresas da atualidade. Tal facilidade fez com que ficasse mais fácil conviver com a família e atender a compromissos pessoais, acomodando melhor o trabalho a diferentes estilos de vida de um funcionário.
De acordo com a pesquisa, hoje, quase 80% das empresas norte-americanas oferecem algum tipo de horário de trabalho não-tradicional. O Google, por exemplo, permite que muitos empregados definam sua própria jornada. Trabalhadores da Microsoft podem começar o seu dia a qualquer hora entre 9h e 11h. Na KPMG, 70% dos funcionários trabalham em horários flexíveis.
E porque os funcionários adoram tais flexibilidades conquistadas, as empresas também estão aprendendo a, se não amá-los, a pelo menos tirar melhor proveito deles. A pesquisa mostra que as práticas de trabalho flexíveis geralmente levam ao aumento da produtividade, maior satisfação no trabalho e diminuição do volume de negócios intenções.
Agora resta saber se a consequência, na prática, não pode ser um duro revés na gestão de carreiras. Afinal, os empregados que conquistam vantagens com políticas de trabalho mais flexíveis podem acabar sofrendo desvantagens na carreira justamente por causa dessas escolhas?
– De uma forma ou de outra, os líderes das equipes devem aceitar que as pessoas que fazem uso da flexibilidade no trabalho para começar seu dia mais tarde não são necessariamente mais preguiçosas do que os colegas que começam cedo. Do contrário, as políticas de horário flexível que satisfazem tanto empregados quanto empregadores serão vistas, e evitadas, como o fim da linha de suas carreiras – conclui Yam.