Lídia Borges/ O Popular
O comércio abriu para esta Páscoa cerca de 3.300 vagas temporárias em todo o Estado e a maior parte delas ainda está disponível.
O número é 10% superior ao da mesma época do ano passado e não deve ser totalmente preenchido, já que o aumento de 12% concedido pelas empresas no menor salário, que hoje chega a R$ 900, está aquém da expectativa dos trabalhadores, segundo o sindicato que representa os empregados, o Seceg.
O presidente da entidade, Eduardo Amorim, explica que foi feito um levantamento com 500 candidatos cadastrados na Agência de Empregos do sindicato e que, na média, eles apontam uma pretensão salarial de R$ 1.100,00 para trabalharem nesta Páscoa.
“As famílias tiveram uma melhora da condição econômica e, por isso, as pessoas têm condições de exigir uma composição salarial melhor. Uma parte das vagas deve ficar ociosa, já que a remuneração oferecida pelos empresários não atende a expectativa dos candidatos”, explica.
OPORTUNIDADE
Quem estiver de olho numa oportunidade, elas estão principalmente nas lojas de chocolates que fazem parte de principais franquias nacionais, em supermercados e empresas com fabricação própria de ovos de Páscoa. Das 3.300 vagas, 2.200 são oferecidas na Grande Goiânia e vão desde vendedor, promotor, estoquista, até auxiliar de produção. Wanderly Lourenço de Andrade, 28 anos, aproveitou o momento para voltar ao mercado de trabalho e conquistou o cargo de operadora de caixa.
Ela estava sem emprego desde maio, por questões particulares, e não teve dificuldade de se recolocar na vaga, que é temporária. “Estou me dedicando, porque tenho a intenção de ficar no emprego depois que acabar a Páscoa”, torce Wanderly.
Possibilidade existe. A proprietária da loja, Paula Machado, que está à frente de duas unidades da franquia Cacau Show (nos shoppings Goiânia e Portal), diz que vai contratar até seis pessoas para vagas temporárias. Pelo menos uma delas deve ser efetivada.
Em todo o Estado, a Cacau Show possui 52 lojas e a estimativa da rede é de contratar 156 temporários para esta Páscoa. A Kopenhagen e a Brasil Cacau, que pertencem ao mesmo grupo, devem contratar 28 pessoas em Goiás.
Além do quantitativo de vagas e do salário reajustado, outra vantagem para os candidatos que estão de olho numa vaga temporária para a Páscoa é que as empresas não exigem experiência prévia e, diante da atual falta de mão de obra, nem mesmo escolaridade.
Na maioria dos casos, as próprias empresas dão treinamentos para que o contratado possa exercer a função. A proprietária das lojas Brigaderia das Meninas, Vanessa Duarte, informa que a principal característica observada para a contratação é a boa comunicação.
Contratado tem vários direitos
No contrato temporário, vale lembrar, o trabalhador tem quase todos os direitos de um empregado efetivo, como carteira assinada, remuneração compatível com a carga horária e função, férias proporcionais, repouso semanal remunerado, adicional por trabalho noturno e seguro contra acidente do trabalho.
Mas a empresa está dispensada do aviso prévio, esclarece os especialistas em recursos humanos
BENEFÍCIOS
Para o presidente do Seceg, Eduardo Amorim, o atual cenário deficitário de mão de obra em geral (qualificada e não-qualificada) só vai começar a mudar quando o empresariado passar a enxergar a necessidade de investir em benefícios sociais para os seus empregados. Segundo ele, atualmente, além do salário, na maioria dos casos, só é oferecido o vale-transporte.
“Vamos levar essa discussão para a convenção coletiva em março, para ver o que mais os empresários poderão oferecer como valor agregado ao empregado, como auxílios alimentação, creche e escola. É isso que valoriza o funcionário”, opina.