Priorizar contas essenciais, pedir descontos e organizar o orçamento para o médio e longo prazo podem ajudar trabalhadores que tiveram seus salários reduzidos ou suspensos com a
crise do novo coronavírus.
Segundo dados do governo da última sexta-feira (15), 7,5 milhões de brasileiros com carteira assinada já tinham tido o salário cortado ou o contrato de trabalho suspenso.
As ações sugeridas começam com a manjada —mas indispensável— lista de despesas e também aquela conferida na conta bancária para saber quanto efetivamente era a renda mensal antes da redução do salário.
E Congresso e governo estudam ampliar o prazo de redução de jornada e salário para além de três meses, então convém fazer o planejamento pensando em um período mais longo de austeridade.
Quem teve o salário cortado em 25% tende a ter mais facilidade de ajustar o orçamento: especialistas estimam que gastos essenciais consomem ao redor de 70% do orçamento.
Já reduções mais bruscas de salário tornam o ajuste de contas mandatório.
No caso de quem teve redução de 70% ou o contrato suspenso (e passou a receber o valor equivalente do seguro-desemprego, com teto de R$ 1.813), a alternativa é tentar uma renda complementar.
O QUE FAZER SE SUA REDUÇÃO FOI DE 25%
- Corte de supérfluos
Tende a ser suficiente para ajustar o orçamento. Limite pedidos de delivery, cancele serviços de streaming, se tiver mais de um, adie compras
- Renegocie contas fixas
Aproveite para trocar planos de telefone, internet e TV por assinatura por outros mais baratos; avalie a troca do celular pós-pago pelo pré-pago
- Dívidas
Avalie se, mesmo com redução de gastos, ainda será preciso renegociá-las. Se sim, calcule se apenas adiar parcelas é o suficiente ou se precisa dividir a fatura do cartão, por exemplo
O QUE FAZER SE SUA REDUÇÃO FOI DE 50%
- Aluguel ou prestação da casa
Peça o adiamento pelos meses de salário reduzido e combine que o valor será diluído nos aluguéis seguintes. No caso do financiamento imobiliário, bancos estão adiando o pagamento das parcelas para o fim do contrato
- Contas de água, luz e gás
Ficarão mais caras com o maior tempo de permanência em casa
- Escolas e academias
A negociação tem sido tão dura que o ProconSP decidiu intervir. No caso de academias com pagamento recorrente, cancele
- Supermercado
É o único setor que tem alta de preços e as saídas limitadas de casa dificultam comparação. Planejadores sugerem trocar marcas por mais baratas
O QUE FAZER SE SUA REDUÇÃO FOI DE 70%
- Prioridade
Com essa redução de renda, a prioridade é para gastos com supermercado, farmácia. Corte os supérfluos e peça prazo para pagar todas as despesas mensais e dívidas
- Novas frentes
Tente gerar renda extra, mas com planejamento. O risco é produzir, não vender e aumentar o rombo no orçamento
A planejadora financeira com CFP (Certified Financial Planner) Daniella Rolim recomenda que o negócio seja organizado com profissionalismo, como um plano B. Para isso, todos os custos com o projeto também precisam ser considerados.
“É preciso ter lucro, e não uma sobra de dinheiro. É importante detalhar gastos de produção, avaliar possíveis riscos de inadimplência”, diz.