Crescer e alcançar todos os objetivos traçados sempre foram metas dos profissionais de todas as eras. Mas, e depois disso tudo, o que fazer para evitar que a carreira fique estagnada? Segundo a coach de carreira e diretora técnica da Apoio Consultoria de Negócio, Dilze Percílio, esse tipo de pergunta é cada vez mais comum, frente a velocidade com que as pessoas conseguem ascender na vida profissional atualmente.
Segundo ela, no passado conseguir reconhecimento nas empresas era uma tarefa muito mais complicada. Isso porque os níveis hierárquicos eram mais sólidos nas companhias e, de forma geral, as pessoas sabiam esperar que a carreira evoluísse a passos comedidos. Hoje, no entanto, quem domina o mercado de trabalho são as pessoas da chamada “Geração Y”, com traços muito mais imediatistas e a impaciência como marca registrada.
“Passar mais de um ano, ou dois, em um mesmo cargo é um grande sacrifício para os novos profissionais que estão se inserindo no mercado. As empresa acabaram tendo que se adaptar a esse nova realidade para não perder seus talentos e uma nova forma de organização, mais horizontal, foi o resultado dessa transformação”, comentou a especialista.
Insatisfação
Mas nem sempre alcançar todos seus objetivos e estar no auge do que foi planejado no início, significa que a estagnação é iminente. Segundo Dilze, o termômetro para saber se o profissional estacionou na carreira ou se está apenas desfrutando dos resultados que já conseguiu é simples: a insatisfação. “Se a pessoa já conseguiu tudo o que queria e ainda assim está se sentindo infeliz e insatisfeita de alguma forma, é sinal de que algo está errado”, pontuou.
Nesses casos, conforme a coach, é preciso parar e fazer uma análise geral da vida. “Será que é realmente a vida profissional que incomoda ou a insatisfação está no aspecto pessoal? Será a empresa, o salário? Será que as qualificações do profissional são suficientes para que ele tente uma promoção ou busque uma empresa maior, que ofereça mais opções? Tudo isso precisa ser considerado antes do diagnóstico final”, disse.
Dilze explica que nem sempre existe realmente uma insatisfação com a posição em que se ocupa. Ás vezes, o profissional só está feliz com o cargo ou seus rendimentos e isso gera dúvidas, porque a satisfação também gera sentimento de tranquilidade. “E como o senso comum diz que a vida profissional precisa ser feita de obstáculos e suor para dar certo, estar feliz também pode desencadear crises”, comentou.
Avaliação
Para evitar esse problemas, Dilze conta que é preciso que os profissionais de carreira desenvolvam o hábito da autoavaliação periódica. De três em três anos, pelo menos, é necessário “pesar” a vida e tentar descobrir novos desafios a serem cumpridos durante outros dois ou três anos. “Se, nesse período de avaliação, a pessoa não conseguir traçar novos objetivos e se sentir insatisfeita, então é hora de trabalhar para sair da estagnação.”