CRIAÇÃO DE SINDICATOS TERÁ REGRAS MAIS DURAS

O governo vai fechar o cerco contra a criação e o fracionamento indiscriminado de sindicatos no Brasil. Nos próximos dias, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicará portaria com regras mais rígidas para a formação de entidades que representam trabalhadores e empregadores.

“Houve um volume muito grande de denúncias no ano passado. A nossa ideia é deixar as regras mais claras”, disse o secretário de relações do trabalho do MTE, Messias Melo.

REGISTROS
O objetivo é ampliar as exigências para a liberação de registros sindicais, como participação mínima de trabalhadores em assembleia de criação de associações e provas de que os fundadores têm origem na categoria que querem representar. A cobrança de contribuição não mudará.

O governo quer barrar também o desmembramento das associações existentes, que se tornam menos representativas, diminuem a possibilidade de entendimento entre as partes e podem ter tarefas sobrepostas em alguns casos. “Sindicato existe para contratar direitos, definir as regras. É importante que seja legítimo, que seja representativo. Vamos criar procedimentos para evitar o fracionamento de sindicatos”, disse o secretário.

A determinação de organizar as entidades representativas patronais e laborais veio direto do Palácio do Planalto. “O ministro Carlos Brizola Neto (que tomou posse em maio) veio para o Ministério com essa tarefa”, afirmou Melo.

FÁBRICA
O vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que a central é contra a “fábrica de sindicatos” existente no Brasil. “Temos notícia de assembleias fraudulentas, endereços que não existem, as histórias são graves.” Também disse ser a favor de regras mais duras para desmembramentos de entidades. “Do jeito que está, é muito aberto. É preciso exigir mais identificações, pois tem um bando de picaretagem.”

A mudança também é desejo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de acordo com o analista de políticas e indústria, Rafael Ernesto Kieckbusch. “Queremos critérios mais objetivos e a nova gestão do Ministério do Trabalho tem procurado uma integração maior entre trabalhadores e empregadores.”
 

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