Em junho, 14 acordos coletivos levaram à redução de jornada e salário

O mês de junho contou 267 acordos coletivos que trataram de ajustes salariais, conforme o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe), que analisou 758 negociações com início de vigência em junho. Desses, 14 estabeleceram redução de jornada acompanhada de redução de salários, sendo apenas quatro apoiados no PPE (Programa de Proteção ao Emprego).

Desde junho do ano passado, 125 dos 474 acordos com redução salarial usaram o PPE. Eles atingem 18 categorias: assessoria, consultoria e contabilidade (-20%), comércio atacadista e varejista (-10,4%), confecções, vestuário, calçados e artefatos de couro (-22,1%), construção civil (-20%), educação, ensino e formação profissional (-25%), fiação e tecelagem (-14,4%), gráficas e editoras (-13,3%), hospitais, casas de saúde e serviços de saúde (-20%), indústria química, farmacêutica e de plásticos (-15%), indústria de alimentos (-12%), indústrias extrativistas (-25%), limpeza urbana, asseio e conservação do meio ambiente (-20%), organizações não governamentais (-14,4%), refeições coletivas (-10%), serviços a terceiros e fornecimento de mão-de-obra (-20%), transporte, armazenagem e comunicações (-20%), telecomunicações, telemarketing, processamento de dados e tecnologia da informação (-20%) e venda, compra, locação e administração de imóveis (-20%).

O boletim, baseado no Mediador do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), verificou ainda que a mediana dos ajustes salariais com vigência em junho foi igual à inflação acumulada nos 12 meses anteriores, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (9,8%), tanto nas convenções coletivas como nos acordos coletivos.

Os maiores ajustes salariais reais, nos últimos 12 meses, ficaram com indústria cinematográfica e fotografia e bancários (0,2%). Os maiores recuos foram de extração e refino de petróleo (-3,9%) e empresas jornalística (-2,6%).

No período, a mediana do piso salarial foi R$1.155, patamar 31,3% acima do salário mínimo (R$ 880). Nas convenções, o piso mediano foi R$1.132, enquanto nos acordos, foi R$ 1.162. A indústria cinematográfica tem o melhor piso, de R$ 1.420, seguida pela indústria metalúrgica (R$ 1.243) e repação de eletr-eletrônicos. Os piores ficam com confecções e vestuários (R$ 906), administração pública (R$ 931) e hospitais e seriços de saúde (R$ 931). Em termos regionais, São Paulo tem o maior piso (R$ 1.165), seguido por Santa Catarina (R$ 1.124) e Paraná (R$ 1.114). Os piores pisos estão no Rio Grande do Norte (R$ 890), Roraima (R$ 894) e Piauí (R$ 910).

Por sua vez, a folha de salários, estimada a partir do volume de depósitos vinculados ao FGTS, somou em abril (último dado disponível) R$ 97,6 bilhões, cifra 0,6% menor que a observada no mês anterior (R$ 98,3 bilhões) e 3,9% menor que em abril de 2015 (R$ 101,6 bilhões). O valor anualizado da folha salarial de abril é de aproximadamente R$ 1,17 trilhão. O montante abrange apenas a massa salarial do setor coberto pela CLT, ou seja, não inclui os rendimentos dos funcionários públicos estatutários e dos trabalhadores informais.

 

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