Goiás: Mais de 12 mil empresas foram extintas este ano

De janeiro a junho deste ano, 12.030 empresas fecharam as portas em Goiás, de acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). Na média 66,8 empreendimentos foram fechados por dia. E o principal fator é a conjuntura da economia do País que respinga no empresariado goiano.

Há três anos o empresário Pedro Paulo abriu uma imobiliária, mas não suportou a concorrência com as grandes empresas. No inicio do ano ele concluiu o processo de venda de 33% das ações, que correspondiam à sua parte. Desde então, ele deixou de ser dono do próprio negócio e integrou-se à equipe da URBS-RT Lançamentos Imobiliários.

De acordo com os dados da Juceg, o número de empresas fechadas em 2015 representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado e de 56% sobre os primeiros seis meses de 2013 (veja quadro). “Mesmo assim, Goiás é um dos Estados que sofre menos impacto da crise. E o fechamento das empresas não significa apenas reflexo de gestão ineficiente. Muitas vezes trata-se de uma reformulação e migração para outros segmentos”, afirma o presidente da Juceg, Rafael Lousa Vieira.

De acordo com o especialista em gestão de empresas Marcelo Camorim, a crise econômica tem afetado empresas de grande, médio e pequeno porte. “Segundo dados do Sebrae, 70% das empresas sucumbem até os cinco anos de vida. Mas os dados mostram que este ano está fora da curva. A crise é pior do que a vivenciada em 2008. E sem oferta de crédito, as pessoas têm diminuído o consumo. É um circulo vicioso”, explica.

Abertura

Nesse cenário, houve queda de 5% no número de empresas abertas no primeiro semestre de 2015 ante o mesmo período do ano passado. Apesar de o momento inibir o empreendedorismo, das 9.774 empresas que foram iniciadas, uma é da empresária Lilian de Ramos.

Após realizar estudos e pesquisas de mercado, Lilian resolveu investir R$ 140 mil em uma franquia da Fasta Açaí em maio. “Uma franquia é um negócio que oferece segurança, por estar consolidado no mercado. Foi um investimento assertivo, pois o açaí é um produto muito consumido e o investimento não foi alto, condiz com a minha realidade”, afirma a empresária.

A expectativa de melhoras contra os efeitos da crise é apenas para o próximo ano. De acordo com Marcelo Camorim, o número de empresas fechando as portas neste semestre será pior do que o apresentado no ano passado. Ele orienta que as pessoas que desejam investir em um empreendimento precisam ficar atentas.

“Não é momento de correr riscos desnecessários. A franquia, por exemplo, é uma alternativa para o empreendedor, pois é um negócio concretizado e possui modelo de gestão estável. Contudo, não acredito que os números se repitam no próximo ano, pois a economia do País é muito mais forte e o agronegócio vem sustentando a balança comercial. Há expectativa de melhorias para 2016”, diz o especialista.

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