GOVERNO PROMETE VETO A FIM DO FATOR, MAS TEME DESGASTE COM DERRUBADA

O Planalto avisou a ministros e líderes do governo que Dilma Rousseff pretende vetar a emenda que flexibiliza o fator previdenciário. O núcleo do governo, no entanto, admite que a medida deve abrir espaço para um desgaste triplo de Dilma. Além da impopularidade pela decisão de ir contra um texto defendido por aposentados, o governo avalia que o veto tende a ser derrubado —o que representa uma derrota política no Legislativo e uma ampliação do rombo da Previdência.

Carlos Gabas (Previdência) tentou convencer os líderes partidários que a emeda apresentada não acabava com o fator —apenas o flexibilizava. Prometeu que o governo irá discutir o fim, de fato, do dispositivo.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, tentou convencer sua bancada a apoiar o ajuste na Previdência. Disse que o texto não era tão ruim quanto o da medida de cortes em benefícios trabalhistas.

Ufa Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, conseguiu adiar reunião da Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta-feira. O Planalto queria evitar a votação do projeto que concede reajuste ao Judiciário.

Barata tonta Líderes se queixam de falta de informação sobre o segundo escalão. Dizem que são mandados aos gabinetes de Michel Temer, Eliseu Padilha, Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini —e saem sem confirmação.

Palavra final Dilma tem revisado cada obra prevista no pacote de concessões. Nas últimas semanas, já mandou retirar e incluir projetos do programa mais de uma vez.

O MEC precisou abrir um pregão às pressas para alugar 30 carros para transportar o ministro Renato Janine Ribeiro e dirigentes da pasta. A empresa que tinha o contrato reclamava de atrasos e decidiu não renová-lo.

Pelo ralo A Petrobras procurou o Planalto exigindo uma cobrança aos membros da CPI pelo vazamento de atas e gravações de reuniões do conselho de administração.

Linha direta Acionado por Beto Richa (PSDB), Fernando Henrique Cardoso telefonou para Luiz Fachin e prometeu defender a tucanos sua indicação ao Supremo.

Senadores de oposição relatam que, nas visitas que fizeram aos gabinetes tentando cabalar votos, Fachin e a mulher, a desembargadora Rosa Fachin, dizem não comungar das mesmas preferências políticas.

Numa das conversas, Rosa teria dito que “chorou uma semana” quando o marido decidiu votar em Dilma e não em Aécio Neves em 2014. Quem ouviu não botou muita fé na história.

Wi-fi Depois de receberem centenas de e-mails por terem trocado a sabatina de Fachin pela homenagem a FHC nos EUA, senadores tucanos acompanharam a sessão, que corria simultaneamente à festa, pelo celular.

Treino Ao ouvir o placar da votação, disseram que o resultado era esperado. “O que vale mesmo é o plenário”, disse Tasso Jereissati (CE).

Em coro Ministros dos Direitos Humanos de FHC, Paulo Sérgio Pinheiro e José Gregori entraram na campanha contra a ida de Coronel Telhada para a comissão da área na Assembleia paulista. Assinaram nota dizendo que o tucano não tem perfil.

Visitas à Folha Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Pedro Paulo Carvalho Teixeira, secretário-executivo de Coordenação de Governo, e de Rafael Lisboa e Hudson Carvalho, assessores de imprensa.

Helder Barbalho, ministro da Pesca, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Diogo Peres Neto, assessor de comunicação, e Fabio Lino, coordenador de jornalismo.

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