O número de consumidores inadimplentes aumentou 4,52% em junho de 2015 em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgados nesta terça-feira, 14, a alta foi menor do que a registrada em maio, de 4,79%. Em abril, o número de consumidores com contas em atraso havia subido 5,02% nessa mesma base de comparação.
Com o resultado do mês passado, a inadimplência acumulada nos primeiros seis meses do ano está em 4,60%. As entidades informaram também que o crescimento observado em junho indica uma acomodação do indicador. Na comparação com maio deste ano, a inadimplência em junho apresentou uma queda 0,03%. No mês passado, havia cerca de 56,5 milhões de consumidores com o nome inscrito no SPC.
De acordo com a confederação, as consecutivas altas da inadimplência no segundo trimestre deste ano coincidem com a piora dos indicadores macroeconômicos, como inflação, renda e emprego, que estariam afetando a capacidade de pagamento das famílias. A CNDL lembra que, ao longo do segundo semestre de 2014, o indicador vinha sendo puxado para baixo por conta da menor disponibilidade de crédito na economia. A partir de março, no entanto, passou a ser verificado um novo repique da inadimplência.
Consignado. O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, afirmou que diante do tamanho da inadimplência, da inflação e falta de confiança do consumidor, a medida que eleva o limite do crédito consignado, de 30% para 35%, não será suficiente para impulsionar as vendas.
“Esse ano estamos vivenciando no Brasil números que não são muitos animadores”, afirmou. Ele comentou os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que mostraram uma queda de 0,9% nas vendas de maio.
“Eles mostram uma tendência de queda do volume de vendas no Brasil na dimensão do varejo restrito e ampliado. Nós entendemos que temos um país com inflação alta, juros alto, com desemprego caminhando para os dois dígitos, e isso está pesando no consumo”, afirmou o presidente.
Para Honório, os cerca de 56 milhões de brasileiros no registro negativo indicam que a medida do consignado não deve impulsionar as vendas. “A inadimplência, nas faixas de maior idade, é maior. Portanto é essa gente que tem comprometido seus rendimentos com consignado”, afirmou Honório. “Não temos esperança que as vendas do segundo semestre possam ser melhores que a do segundo semestre de 2014. A esperança seria o ano terminar logo”, disse