O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, variou 0,09% em março, bem abaixo do 0,32% registrado em fevereiro deste ano ou do 0,25% de março de 2017, divulgou o IBGE nesta terça-feira (10).
Nos 12 meses até março, o índice acumula 2,68%, ante 2,84% em fevereiro. No ano, registra 0,7%. Tanto a variação mensal quanto o acumulado no ano representaram o menor nível para um mês de março desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Segundo o gerente do índice, Fernando Gonçalves, a desaceleração de março se deve principalmente à redução dos preços das passagens aéreas, em média 15% mais baratas.
“Se considerarmos janeiro e fevereiro como meses de férias, a tendência é de os preços caírem em março, com a volta às aulas”, explica.
Com isso, o setor de transportes também registrou deflação, de 0,25%. Os combustíveis caíram 0,04%, com destaque para a gasolina (-0,19%).
Outro grupo que contribuiu para a queda foi o de comunicação, com deflação de 0,33%, motivada pela redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, desde 25 de fevereiro.
As altas ficaram por conta de frutas — 5,32%, maior impacto individual sobre o índice—, que, com a sazonalidade da oferta, puxaram levemente o grupo de alimentação e bebidas (0,07%).
“Apesar disso, também por conta da oferta, os preços das carnes (-1,18%), do tomate (-5,31%) e do frango inteiro (-2,85%) caíram”, diz Gonçalves.
O aumento dos planos de saúde e o reajuste nas tarifas de energia elétrica do Rio de Janeiro também participaram significativamente na composição da inflação de março.
O grupo saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação no mês (0,48%), com os planos de saúde subindo 1,06%.
No grupo habitação, a alta de 0,19% foi impulsionada pela energia elétrica (0,67%), devido à apropriação dos reajustes de 9,09% e 21,46% nas tarifas das concessionárias do Rio de Janeiro, em vigor desde 15 de março.
Fonte: Folha de São Paulo