Em maio, o custo da cesta de alimentos básicos, na capital goiana, ficou em R$ 212,07, apresentando assim a segunda maior variação, 2,72%. Nos primeiros cinco meses do ano, o custo dos gêneros essenciais, na capital, subiu 11,09% e em 12 meses – de junho de 2009 a maio deste ano – foi a única a registrar queda, -0,28%. Seis dos 13 produtos pesquisados registraram queda de preço, em maio, comportamento liderado pelo tomate (-25,01%).
Também recuaram os preços do açúcar cristal (-7,55%), banana (-4,67%), café em pó (-2,62%), manteiga (-0,84%), farinha de trigo (-0,80%). O aumento da cesta foi puxado principalmente pelo feijão carioquinha (41,29%)e a batata (19,9%), seguidos pela carne bovina de primeira (9,14%), leite in natura integral (3,13%), e o arroz agulhinha tipo 1 (2,81%), óleo de soja (2,01%), e o pão francês (0,48%).
Em relação a maio de 2009, as quedas nos preços de nove itens levaram a variação negativa da cesta, são eles: óleo de soja (-12,88%), banana (-10,53%), batata (-9,40%), farinha de trigo (-8,46%), tomate (-5,91%), café (-4,80%) e o pão (-0,78%). Houve alta no preço do feijão (24,88%), açúcar (12,21%), leite (6,45%), arroz (3,98%), manteiga (3,88%), carne (0,27%).
O trabalhador goiano remunerado pelo salário mínimo (R$ 510,00) precisou, em maio, cumprir uma jornada de 91 horas e 29 minutos para comprar os alimentos essenciais que, em abril, demandavam a realização de 89 horas e 04 minutos. Em maio de 2009, a mesma aquisição comprometia 100 horas e 37 minutos.
O mesmo raciocínio permite comparar o custo da cesta com o salário mínimo líquido – após o desconto da parcela referente à Previdência Social. Em maio último, o custo da cesta representava 45,20% do mínimo líquido, enquanto em abril o comprometimento chegava a 44,00%. Em maio do ano passado o percentual exigido chegava a 49,71%.
DIEESE NACIONAL – Pela primeira vez neste ano, a maioria das capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registrou redução no custo do conjunto de produtos alimentícios essenciais. Em maio, 12 localidades pesquisadas apresentaram queda, com destaque para Rio de Janeiro (-5,04%), Porto Alegre (-4,41%), Belém (-2,33%) e Curitiba (-2,19%). Em cinco cidades, os preços tiveram aumento: Manaus (3,26%), Goiânia (2,72%), Aracaju (1,15%), Recife (1,10%) e Belo Horizonte (0,59%).
O engraçado é que nos cinco primeiros meses de 2010, todas as 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE registraram alta no custo da cesta básica. Os maiores aumentos acumulados deram-se em capitais do Nordeste: Recife (26,58%), Salvador (18,03%), Natal (18,02%) e João Pessoa (17,27%) e em Manaus (15,49%). Brasília e Fortaleza tiveram as menores variações do período, ambas com 4,96%. Mas nos últimos 12 meses – no período entre junho de 2009 e maio de 2010 -, apenas Goiânia registrou variação acumulada negativa, de -0,28% e Fortaleza tem pequeno aumento, de 0,22%. A exemplo do que ocorreu em maio, também em um ano a maior elevação para o custo da cesta foi apurada em Manaus (16,71%). Recife (13,07%), São Paulo (12,73%) e Belo Horizonte (11,28%) vieram na sequência.
A predominância de retração no custo da cesta básica deveu-se, principalmente, à queda no preço do tomate, produto que vinha, desde o início deste ano, registrando fortes altas. Por outro lado, o feijão subiu em todas as 17 capitais pesquisadas. Agora os aumentos foram por causa da elevação no preço do feijão apresentou taxa de 41,29%, em Goiânia. Em capitais como Recife (17,52%), Belo Horizonte (15,14%), Natal (14,20%) e São Paulo (14,14%), a alta também foi expressiva, embora menos acentuada. Salvador (2,78%) e Fortaleza (2,98%) registraram os menores aumentos. No período de um ano, os preços do produto também subiram de forma significativa em parte das localidades pesquisadas, como ocorreu em Recife (77,69%), São Paulo (62,69%), Natal (53,91%), João Pessoa (51,94%) e Belo Horizonte (48,62%). Retrações foram apuradas em cinco capitais onde o DIEESE acompanha o preço do feijão preto: Rio de Janeiro (-4,90%), Vitória (-3,68%), Porto Alegre (-3,39%), Brasília (-2,86%) e Florianópolis (-2,46%). A chegada ao mercado da segunda safra do produto deve permitir a melhora da oferta e provocar recuo nos preços.
Também o leite apresentou predomínio de alta, em maio, com elevação em 14 capitais, em especial em Brasília (10,53%), Belém (7,08%) e Belo Horizonte (5,02%). Em Aracaju, os preços permaneceram estáveis e houve redução em Natal (-0,43%) e Salvador (-1,36%). Em 12 meses, foi verificado aumento no preço do leite em 15 localidades, e os maiores ocorreram em Belém (12,04%), Brasília (12,00%) e Manaus (10,19%). Duas cidades tiveram redução nos preços: Belo Horizonte (-1,38%) e Recife (-4,39%). Entre maio e agosto, a oferta do leite no mercado tende a diminuir devido a estiagem nas regiões de pastagem.
A carne ficou mais cara, em maio, em 11 regiões, com as maiores altas registradas em Goiânia (9,14%), Florianópolis (4,90%) e Curitiba (3,37%). Em Manaus houve estabilidade e pequenas reduções variando entre -0,06% (em Natal) e -0,83% (em Belém) ocorreram em cinco localidades. Quinze capitais apresentaram aumento em 12 meses, com destaque para Aracaju (14,63%) e Natal (10,85%) e duas cidades registraram recuo: João Pessoa (-0,79%) e Fortaleza (-1,02%). A entressafra também afeta o gado de corte entre maio e agosto o que justifica a elevação. No entanto, houve suspensão da exportação de carne industrializada brasileira para os Estados Unidos, o que pode também afetar a carne in natura, permitindo o aumento da oferta interna
Com base no maior custo verificado para a cesta básica, e levando em conta a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em maio, o valor estimado para o mínimo foi de R$ 2.157,88, ou 4,23 vezes o piso em vigor, praticamente retornando ao patamar de março (R$ 2.159,65). Em relação a abril, o mínimo necessário reduziu-se em quase R$ 100,00, já que no mês passado seu valor era calculado em R$ 2.257,52. Em maio de 2009, o mínimo necessário ficava em R$ 2.045,06, ou seja, 4,40 vezes o mínimo de então (de R$ 465,00).