Começou a circular nesta sexta (4), entre editores, o esperado plano de recuperação judicial da Livraria Cultura.
A rede quer quitar as dívidas com editores em 48 parcelas trimestrais, que começariam a ser pagas só dois anos após a homologação do plano pela Justiça —no total, isso dá 14 anos de prazo.
O plano serve de pressão para quem deixou de fornecer livros para aCultura. A editores nessa situação, a Cultura propõe um perdão de 70% da dívida, pago no mesmo tempo.
Mas, mesmo para os chamados “credores incentivadores”, a proposta é amarga.
O plano os divide em dois tipos. Para o primeiro, a proposta é um perdão de 25% da dívida —e o prazo é o mesmo. A livraria enquadra nesse grupo quem já forneceu ou fornecerá títulos de 1º/12 até 30 dias depois de a Justiça homologar o plano.
No segundo grupo, em uma cláusula que parece criada sob medida para a Companhia das Letras, estão aqueles que não interromperam a venda de livros entre outubro e novembro do ano passado, período crítico de atritos entre editores e a rede. Para esses, o prazo é igual, mas não há proposta de perdão da dívida.