Há 20 dias da Páscoa, os ovos de chocolate voltados ao público infantil estão passando por fiscalização. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em todos os Estados brasileiros amostras desses produtos serão enviadas aos laboratórios para certificar se os brinquedos que vêm junto com o chocolate contam com selo de identificação do instituto e cumprem as normas de segurança exigidas.
Em Goiás, as análises tiveram início na quinta-feira passada e até agora apenas um lote, com 36 unidades de uma mesma marca, está sob suspeita de irregularidades.
Riscos
Segundo o chefe do departamento de Pré-medidos do Inmetro Goiás, Paulo César Felipe, a fiscalização – que será realizada até o dia 20 – analisa tanto brinquedos nacionais quanto importados. O objetivo, conforme explicou, é reduzir o risco de acidentes ligados a esses produtos, avaliando as características construtivas dos brindes, como possíveis partes cortantes e perfurantes, o nível de inflamabilidade, índice de toxicidade do material e das tintas usadas na fabricação e a indicação na embalagem da restrição de faixa etária do brinquedo.
A existência do selo de identificação da conformidade do Inmetro é a evidência de que o brinquedo passou por diversas análises de laboratório que avaliaram as suas condições de segurança e isso vale também para os brinquedos dos ovos de chocolate”, Paulo Felipe. No entanto, como alertou, esse selo não pode estar somente na embalagem dos ovos, mas no brinquedo ou em sua embalagem.
Conforme o diretor, amostras de ovos de Páscoa também serão pesadas para garantir que o consumidor não está sendo lesado em nenhum sentido. “Caso os produtos apresentem irregularidades, os fabricantes terão até 10 dias para apresentar defesa ao Instituto e estarão sujeitos às penalidades previstas na lei, com multas de até R$ 1,5 milhão, dependendo da falha identificada”, esclareceu.
Complicações
Aliás, com relação às exigências de segurança para a comercialização desses brindes, a questão é mais séria que os consumidores costumam imaginar. De acordo com o empresário Divino Ismael, dono da marca Dianjo; até hoje os brinquedos não foram inclusos nos ovos de chocolate da empresa para evitar complicações. “Vi tanta marca grande tendo problemas com isso que preferi abrir mão do chamariz, mesmo já tendo recebido a autorização do Inmetro para isso ”, comentou.
Já, os que se propõem a manter o atrativo para as crianças levam o assunto à sério. Conforme informou a Assessoria de Imprensa da Nestlé, por meio de nota, os brinquedos inseridos nos ovos de chocolate da marca são avaliados por “empresas independentes que realizam todas as verificações – com testes em 100% dos produtos – analisando itens como resistência e durabilidade, segurança do manuseio de acordo com a faixa etária indicada, além da inexistência de substâncias tóxicas”. Tudo isso para evitar acidentes e garantir qualidade ao consumidor.