Pagar dívidas é uma prioridade

Se para muitos o 13º salário é sinônimo de viagens e diversão, para o gerente de vendas Charles Rodrigues, 30 anos, o dinheiro é destinado ao pagamento de dívidas. Nos últimos três anos, ele tem se programado para pagar um boleto bancário de R$ 6 mil do seu apartamento, uma conta em aberto.

Arrependimento? Nenhum. Charles comemora a possibilidade do pagamento integral apenas com o 13º, sem precisar sacrificar demais contas ou os salários mensais. “É o pagamento da minha casa própria. O dinheiro é fundamental, sem ele seria impossível adquirir o imóvel”, comemora.

Pagar uma dívida não é opção apenas na vida de Charles. Diante de um ano difícil para a economia brasileira, mesmo sem ter recebido o dinheiro, muitos já planejaram o uso do 13º para sair da inadimplência ou pagar uma conta em aberto. É o caso da auxiliar administrativo Viviane Carvalho, 22 anos, que pagará duas faturas vencidas do cartão de crédito.

Segundo o diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria, com o atual cenário do País e perspectivas de haver uma piora para o próximo ano, é aconselhável utilizar o salário extra para quitar dívidas mais altas. Contudo, antes de sair pagando o que se deve, é preciso haver planejamento para se atingir objetivos (veja quadro).

O educador financeiro e presidente da Abefin, Reinaldo Domingos, explica que tratar o dinheiro extra de forma impulsiva é o principal obstáculo a se desviar do caminho. Ao receber o dinheiro, o primeiro passo, de acordo com ele, é realizar um diagnóstico da situação financeira para então tomar uma decisão.

“No diagnóstico, será possível verificar os gastos extras e reduzi-los. Não se deve utilizar o 13º para pagar dívidas sem planejamento, pois se cria um ciclo vicioso de descontrole financeiro. O dinheiro resolverá um problema, mas é preciso cortar a causa desse problema e sair de um padrão de vida que não convém”, explica Reinaldo.

inadimplência

Se a situação for de inadimplência, o educador financeiro recomenda a utilização do dinheiro extra para pagamento. Mas, além disso, é necessário repensar toda a vida financeira para não agravar ainda mais a situação. Se os compromissos estiverem sob controle, o 13º pode ser usado para sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazos, no qual pode estar o de quitar as dívidas.

“Para quem está endividado, mas ainda não inadimplente, a obrigação é honrar os compromissos e, para que isso ocorra, os valores devem estar no orçamento mensal. O dinheiro extra na economia familiar, sem dúvida nenhuma, é positivo, desde que utilizado de maneira consciente, planejamento e com educação financeira”, enfatiza Reinaldo.

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