Profissão: O futuro é planejado no presente

No cenário de cautela na economia nacional, é visível a preocupação do trabalhador sobre o aumento do desemprego. E com isso, a recessão no mercado de trabalho, com demissões, força para baixo a média dos salários. Uma das soluções encontradas por especialistas para manter a relação empregatícia é a criação ou a manutenção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). As empresas que dão maior atenção a esse plano conseguem estabilizar seu quadro de colaboradores, monitoram melhor os cargos e remunerações e assim valoriza sua permanência na competitividade.

Segundo o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Eduardo Ramos Ferreira da Silva, ao determinar o PCCS, a empresa precisa visar não só o quantitativo, mas o qualitativo. “Não é só a política salarial que envolve os empregadores com seus funcionários, mas uma formação de cargos sólidos, no crescimento profissional e na valorização mútua”, explica.

Quando o trabalhador galga uma posição desde baixo, ele começa a adquirir méritos dentro da instituição. Foi o caso do diretor de incorporações da EBM Desenvolvimento Imobiliário, Fernando Razuk, que começou como estagiário há 13 anos. No início, a corporação não tinha PCCS, mas com o crescimento e expansão no mercado, houve essa necessidade. “Antes, não contávamos com esse plano, mas a EBM sempre teve por filosofia apostar no público interno”, comenta. Atualmente, a empreendedora possui não só o plano de cargos e salários, mas também conta com um programa de estágio, visando a retenção e lapidação de melhores talentos.

Fernando Viriato, responsável pela gestão do Mercure Goiânia Hotel, garante que, entre os benefícios adquiridos com o PCCS, destacam-se a gestão profissional das carreiras, do desenvolvimento das pessoas e um alinhamento forte com a estratégia do negócio. Além disso, para mantê-lo, é necessário reconhecer os indivíduos e as equipes, . “seja por conta de recuperação inflacionária, de ganhos de produtividade, ou de performance.”

Desde o início

Para tudo é necessário planejamento. Segundo Eduardo, o PCCS deve ser planejado desde cedo, com o intuito de adaptar-se às necessidades da empresa. “Sua implantação é necessária mesmo nas pequenas, para quando expandir, ou tomar maiores proporções, haja apenas um ajuste no plano. Dessa forma, não prejudica nenhum funcionário e mantém a harmonia entre empregador e empregado”, assegura.

Portanto, toda organização necessita de um plano voltado para a gestão de pessoas, que seja efetivamente claro, transparente, consistente e que desenvolva oportunidades objetivas, valorativas e contemplativas reais ao profissional.

Matheus Lopes é estagiário do Programa de Estágio Curricular Obrigatório do Grupo Jaime Câmara em convênio com as Faculdades Alfa

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