Pedir aumento parece fácil, mas recebê-lo pode ser mais complicado do se imagina, já que o custo efetivo de um empregado para uma empresa é de aproximadamente 115% o seu valor. Assim, se você está pensando em ter “aquela conversa” com o seu gestor, avalie primeiro se seu pedido está dentro das possibilidades da organização antes de gastar sua lábia por aí.
“O empregado tem que ter em mente que um reajuste salarial, mesmo que pequeno, custa muito para a empresa”, diz o conselheiro da Câmara Técnica do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), Jádson Gonçalves Ricarte.
Segundo ele, um aumento de R$ 100 para o trabalhador impactará em um reajuste de R$ 215,14 para a empresa. “Para um empregado parece pouco, mas para o empregador, em termos percentuais, é muito”, diz.
Por dentro da conta
Mas como fazer essa conta? De uma maneira simples: considerando o salário integral, os feriados e repouso remunerado, as ausências por motivo de doença e os encargos sociais sobre a remuneração – assim como fazem a maioria das grandes empresas.
“As companhias têm uma base de cálculo diferente da utilizada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), por exemplo. Enquanto as primeiras consideram o dobro do valor sobre a remuneração mensal, o sindicato considera 50%”, explica o advogado tributarista do escritório Miguel Silva e Yamashita Advogados, Miguel Silva.
Abaixo, veja qual o custo de um funcionário que ganha um salário mínimo e que utiliza vale transporte para a empresa.
Acerte o alvo
Outra recomendação para quem deseja acertar o alvo na hora de pedir um aumento é checar com antecedência os balanços da empresa, se eles forem públicos, claro.
“O contratado deve verificar se a empresa está apresentando bons resultados em seus balanços antes de tentar uma negociação. Do contrário, ele certamente será mal sucedido”, diz Silva.
À priori, a recomendação é que o profissional observe o balanço dos três últimos anos da companhia para saber se os valores estão aumentando ou diminuindo. Se o resultado for positivo, o aumento pode ser negociado; se negativo, melhor nem tentar.
“Em uma companhia de capital aberto é possível saber se o profissional faz parte do sucesso ou do fracasso da empresa. Contudo, caso a mesma não tenha resultados públicos, o ideal é que o contratado vá mais devagar em seu pedido para não criar nenhuma animosidade”, orienta Silva.