O que é mais importante na avaliação de um bom emprego? Se essa pergunta for feita diretamente a vários profissionais, provavelmente o salário vai aparecer como a principal resposta da maioria deles. Mas quando se amplia a análise para saber quais os fatores que mais os motivam na carreira, é possível perceber que outros itens, como clima organizacional agradável, bom relacionamento com colegas e reconhecimento dos chefes somam mais pontos do que apenas uma alta remuneração.

A Catho Online teve essa confirmação ao entrevistar mais de 46 mil pessoas. A Pesquisa Executivos 2011 foi realizada em abril e parcialmente divulgada este mês (veja quadro) . O gerente-executivo da Grow RH (antiga Catho Goiás), Garibaldi Teixeira, explica que o fato de o mercado de trabalho estar aquecido pode ter contribuído para essa mudança de parâmetro.

Diante da grande oferta de vagas de emprego e a falta de profissionais capacitados, os salários estão supervalorizados. Com isso, é possível que os candidatos sejam mais exigentes quanto a critérios mais subjetivos, como a forma com que consegue se relacionar dentro da empresa.

Além disso, a mudança na estrutura das próprias corporações permite que o empregado selecione o ambiente de trabalho a partir de itens comportamentais. "Há dez anos, uma empresa que oferecia bons salários e benefícios podia escolher o candidato ‘estrela’, o talento, porque poucas empresas tinham esse perfil. Hoje, quase todas as organizações oferecem os mesmos benefícios que antes era privilégio de poucas. Esse já não é o critério principal para quem busca emprego", frisa Garibaldi.

A psicóloga e consultora de carreira do Grupo Empreza, Sayonara de Castro Brotherhood, ressalta que, nos níveis mais operacionais, os candidatos ainda se influenciam pela certeza do pagamento de uma remuneração fixa e benefícios em data certa. "Isso representa uma segurança para eles."

Ela discorda da pesquisa no que se refere à menor importância dada ao dinheiro entre os profissionais. "O executivo tem um perfil ambicioso por natureza", acrescenta.

Garibaldi lembra que os interesses e motivações profissionais também têm mudado em função da forma como as novas gerações absorvem as tecnologias e encaram as prioridades no trabalho. A chamada geração Y, ou da internet, prezam menos a estabilidade, em detrimento de salários melhores e, sobretudo, de atividades que lhe dêem prazer.

Comportamento

Como o trabalho é um local contínuo de relacionamento, é fundamental manter um bom nível de contato com colegas, chefes e subordinados. Saber ouvir, opinar quando necessário e evitar fomentar fofocas são atitudes que contribuem para um clima organizacional satisfatório.

"Manter um bom relacionamento na empresa não significa ser bonzinho o tempo todo ou ser aquela pessoa que aceita tudo. É manter uma relação justa, coerente com sua missão e saber trafegar bem em todos os níveis de hierarquia, seja entre seus pares, superiores ou subordinados", explica Sayonara.