Lídia Borges
O comércio em Goiás está em plena fase de contratação e não é apenas para as tradicionais vagas temporárias que movimentam milhares de empregos todo final de ano (em 2012, serão cerca de 16 mil). Atualmente, pelo menos 5 mil postos do quadro fixo das empresas em todo o Estado ainda estão abertas devido ao crescimento do setor.
A estimativa é dos Sindicatos do Comércio Varejista (Sindilojas-GO) e dos Empregados no Comércio (Seceg). Metade destas oportunidades está na capital e a outra parte distribuída em diversas cidades goianas, com destaque para Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Catalão, onde o comércio de rua e nos shoppings é crescente, explica o presidente do Sindilojas, José Carlos Palma Ribeiro.
Numa volta pelas ruas e centros de compras, não é difícil constatar a veracidade dos números, diante da grande quantidade de anúncios feitos em faixas e cartazes afixados nas próprias lojas, além dos tradicionais Classificados do jornal.
No Portal Shopping, na saída para Inhumas, a expansão inaugurada no início de outubro resultou na ampliação de 40% no quadro de funcionários, com a abertura de 35 novas lojas e a ampliação de outras. Das 500 vagas de trabalho criadas recentemente, cerca de 150 ainda não foram preenchidas. Segundo o superintendente do centro de compras, Cleidson Guerra Velasco, as oportunidades são principalmente para vendedores.
Ao todo, o Portal soma 1,7 mil empregos, mas a perspectiva não para de aumentar. “Já vínhamos num crescimento de vendas acima da média, de 17%, e com a expansão, esperamos chegar a 35%”, frisa.
OPORTUNIDADES
Na rede de supermercados Bretas, um grupo de funcionários acaba de passar por um processo de admissão, que será concluída até o próximo dia 15. Mas as contratações vão continuar. “Haverá mais vagas a serem preenchidas”, informou ao POPULAR o gerente regional da rede, Carlos Pinheiro. Os interessados deverão entregar currículos nas próprias unidades do supermercado.
No Flamboyant Shopping Center, das mais de mil vagas abertas neste final de ano entre temporárias e efetivas, cerca de 20% são para atender o quadro fixo das novas lojas inauguradas recentemente. No Goiânia Shopping, que tem cerca de 600 postos temporários para o Natal, diversas lojas abrem oportunidades de efetivação para os que se destacam no cargo. O mesmo ocorre com o Buriti Shopping, cuja previsão é de que 30% dos atuais temporários se tornem permanentes.
Conforme o presidente do Sindilojas, uma média de 8% dos contratos temporários em Goiás neste final de ano será efetivada para o ano que vem. Isso representa quase 1.300 vagas, distribuídas em diversos segmentos, em especial vestuário, calçados, perfumaria e eletroeletrônicos.
Na área de serviços, a multinacional Atento, empresa de call Center e terceirização de processos de negócios, possui 426 oportunidades de emprego abertas para Goiânia. Todos os cargos são de teleoperador, que terão direito a assistência médica e odontológica, vales refeição, alimentação e transporte. Podem concorrer candidatos com Ensino Médio completo, que tenham conhecimentos de informática e habilidade para digitação. Não é exigida experiência pelas empresas.
DESPREPARO
Embora o emprego nas áreas de comércio e serviços esteja a todo o vapor, ainda existem entraves para a plena ocupação das oportunidades. A falta de qualificação dos candidatos é o principal deles. A esta altura, explica José Carlos Palma Ribeiro, quem tem experiência profissional já foi absorvido e, cada vez mais, as lojas têm aberto espaço para a mão de obra nova.
Para amenizar o problema do despreparo e da falta de capacitação, o Sindilojas promove cursos constantemente para quem se dispõe a ir para o comércio. Cerca de 100 inscritos para realizar trabalho temporário neste fim de ano no varejo participam de treinamento gratuito promovido pela entidade durante esta semana.
O objetivo é promover a formação teórica e prática para um bom desempenho na área de vendas e de atendimento e uma melhor prestação de serviços aos consumidores, com mais eficiência e rapidez.
DEDICAÇÃO
Com isso, o sindicato pretende dar mais segurança para que o empresário contrate em caráter definitivo. “A partir do ano que vem, vamos implantar cursos especializados para determinados setores e produtos, como, por exemplo, eletrônicos.”
Para os candidatos a emprego no comércio que querem garantir sua vaga por mais tempo e ter sucesso na profissão, José Carlos Palma sugere dedicação ao trabalho e a busca pela fidelização do cliente. “Eu oriento os candidatos para que trabalhem como se a empresa fosse deles. Quanto mais aprenderem e se dedicarem com boa vontade, mais clientes vão se fidelizar a eles e, com isso, terão mais sucesso”, ressalta.
Setor deve gerar 30 mil postos em 2013
A previsão dos sindicatos de empregados e lojistas em Goiás é de que a quantidade de postos de trabalho no comércio em Goiás deve crescer 25% até o final de 2013. Isso significa 30 mil vagas de emprego a mais no Estado, das quais 5 mil já estão disponíveis. Uma parte desse incremento ficará por conta de três novos shoppings em Goiânia – na Avenida Perimetral Norte, na saída para Trindade e em Campinas.
Já o setor industrial, que no final do ano tem seu ritmo desacelerado por conta de questões sazonais na agricultura, retoma seu vigor a partir de maio até setembro e deve gerar cerca de 20 mil novos empregos em 2013, segundo estimativa da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). No auge da produção, as empresas chegarão a somar 50 mil novas vagas, as quais voltam a ser reduzidas com a chegada da entressafra, explica o coordenador técnico da Fieg, Welington Vieira.
Três segmentos terão destaque na demanda por profissionais. Na construção civil, a necessidade de mão de obra continuará intensa, principalmente porque se trata de uma cadeia complexa, que movimenta diversas atividades da indústria de transformação e de outros setores. As empresas alimentícias também absorverão boa parte dos empregados, uma vez que há previsões de safra forte para o ano que vem.
A Fieg também prevê uma grande empregabilidade no setor sucroenergético em 2013, em função do cenário atual do País. Diante do aumento do consumo da gasolina num ritmo acima do crescimento da produção de petróleo, acredita-se que o governo fará uma interferência para aumento da produção de álcool.
CURSOS – Segundo a gerente de Planejamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Goiás (Senai-GO), Maristela Nunes, a principal estratégia para suprir de maneira adequada a demanda profissional da indústria para o ano que vem é investir em capacitação de pessoas. A meta da entidade é alcançar quase 139 mil matrículas em 2013.
A maior quantidade (50 mil) será destinada aos cursos de aperfeiçoamento, com menor duração, entre 30 e 40 horas, que poderão ser ministrados na modalidade presencial ou a distância e poderão alcançar o interior do estado. Outros 30 mil vagas serão para a qualificação básica, de até 170 horas. Os cursos poderão ser gratuitos ou pagos.
Dentro do Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal, serão destinadas mais 8,3 mil vagas, com formação de nível médio-técnico, 1.200 horas de aulas e 400 horas de estágio. Essas vagas são gratuitas, voltadas para alunos do ensino médio indicados pela Secretaria de Educação, para beneficiários do Bolsa Família e do seguro-desemprego.