Espaços vazios, onde eram lojas. Eles estão cada vez mais visíveis também nos shoppings, ambiente onde a mudança é comum. Porém, diante da crise econômica e redução do poder de compra do consumidor, centros de compras na capital enfrentam desafio de trazer de volta público e lojistas. Há estratégias diversas – de aposta em polo gastronômico a outlets – e também a falta delas em muitos casos, como analisam representantes do comércio.
De acordo com pesquisa da Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop), entre 2015 e 2016, mais fecharam do que abriram lojas pela primeira vez em 12 anos no País, mesmo com 19 shoppings inaugurados no período. O ano passado fechou com 18,1 mil pontos de vendas a menos. Goiás não foge dessa realidade. No Shopping Bougainville, por exemplo, chama atenção os espaços vazios e, nesta semana, três pontos foram fechados.
“É um movimento natural de renovação e turn over. Em 2016, abrimos 14 operações. É claro que o momento atual do Brasil reflete nos empreendimentos e comércio”, defende o superintendente do Bougainville, Cláudio Marques. A loja The Best of Music teve queda de 40% nas vendas neste Natal e foi uma das que deixaram o local. “Por lá é sempre o mesmo público, que não é mais o nosso, pois as vendas de CD e DVD acabaram”, explica o proprietário Jailton Marcelo de Morais.
Lojistas explicam que há negociação, já que o aluguel tem preço salgado, ultrapassa R$ 7 mil em muitos casos. Porém, nem todos conseguem desconto. Quanto mais o mix reduz, mais difícil é recuperar a atratividade. “Na hora de abrir, é preciso fazer uma pesquisa bem feita, porque não é negócio para amador”, ressalta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas-GO), José Carlos Palma Ribeiro. Ele explica que uma boa negociação depende do interesse do centro de compras, que precisa de variedade e qualidade.
“A recessão provocou queda das vendas e o lojista tem obrigação de pagar a cota mínima, o que pesa”, completa o presidente da Federação do Comércio de Goiás, José Evaristo dos Santos.