Trabalho informal cresce, mas taxa de desemprego segue em 14,1%

A taxa de desemprego ficou estável no trimestre encerrado em novembro, em 14,1%, mantendo-se no patamar recorde de 14 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta quinta (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geogragia e Estatística).

A população ocupada aumentou 4,7% nos três meses até novembro e chegou a 85,6 milhões de pessoas, um incremento de 3,9 milhões ante o trimestre anterior. Esse avanço é o maior de toda a série histórica, segundo a coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy.

Esse crescimento foi puxado principalmente pela informalidade.

O número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 11,2% no trimestre e chegou a 9,7 milhões de pessoas. Somadas todas as categorias de informalidade, que incluem os domésticos, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e os familiares, 33,5 milhões de pessoas estão na informalidade.

Com isso, a taxa de informalidade está em 39,1%.

"Os trabalhadores informais foram os mais afetados no começo da pandemia e também foram os que mais cedo retornaram a esse mercado. A população informal nesse mês de novembro corresponde a cerca de 62% do crescimento da ocupação total e, no trimestre encerrado em outubro, respondia por quase 89% da reação da ocupação. Então, a informalidade passa a ter uma participação menor em função da reação da carteira de trabalho assinada", afirmou.

Nove de dez grupos de ocupação analisados registraram aumento na ocupação. Somente o comércio empregou 854 mil pessoas no trimestre até novembro.

"Assim como no mesmo período do ano anterior, foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação", disse Adriana.

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