Vagas de emprego formais caem 12% após revisão em Goiás

A revisão de dados feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência fez com que os números de geração de emprego em Goiás, de 2020, fossem alterados. Em janeiro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até então ligado ao Ministério da Economia, informou que o saldo goiano de vagas criadas no Estado havia sido de 26.258. A atualização feita em setembro, porém, reduz esse número para 23.009. Uma queda aproximada de 12%.

O saldo de empregos, que aponta a quantidade de novas vagas geradas, é resultado da subtração do número de admissões pelo de desligamentos. Em janeiro, o Caged informou que, em Goiás, 526.965 pessoas tinham sido contratadas e 500.707, demitidas. Agora, os números passaram, respectivamente, para 538.868 e 515.859. Apesar de ambos terem aumentado, o crescimento maior do número de desligamentos foi o que causou a queda de empregos gerados no Estado.

A maior diferença em Goiás foi no setor de serviços. Em janeiro, o Ministério da Economia informou que o Estado havia gerado 1.401 empregos no setor. Com a atualização, o que se viu foi um déficit de 127 vagas. Ou seja, a diferença entre as admissões e os desligamentos acabou sendo negativa. 

Segundo a economista Clécia Satel, servidora que está analisando esses dados no Instituto Mauro Borges (IMB), da Secretaria-Geral da Governadoria de Goiás, o impacto no setor de serviços se deve à pandemia da Covid-19. “Foi um dos setores mais impactados pelo isolamento social. Com isso, os empresários demoraram a atualizar o cadastro de funcionários, já que não tinham como acessar o sistema do eSocial”, explica.

Atraso

A revisão dos dados foi feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência, que foi recriado em julho deste ano. Em nota, a pasta explicou que o aumento no número de declarações de contratação e demissão realizadas fora do prazo pelas empresas fez com que houvesse essa diferença tão grande nos números. No Brasil, a quantidade de empregos gerados em 2020 caiu pela metade com a atualização – de 142.690 para 75.883.

O ministério ainda explicou que o atraso de uma grande quantidade de empresas se deve ao processo de transição das declarações para o eSocial. “A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021”, diz o texto.

Em Goiás, o número de empregos gerados, divulgado em janeiro, superava 2019, 2018 e 2017. Agora, com a atualização, o saldo de 2020 só é maior que o de 2019, quando foram geradas 21.550 vagas. Os 23.009 postos do ano passado, porém, ainda não alcançaram os resultados de 2018 (26.256) e de 2017 (25.370).

Apesar disso, a avaliação da economista do IMB é otimista, já que em Goiás há muita geração de emprego nos setores da indústria, construção civil e da agropecuária. “É o que fez com que o Estado não sofresse tanto quanto os outros nessa atualização”, diz.

De acordo com os novos dados, foram gerados 10.052 empregos na indústria, 5.775 na construção civil, 5.025 no comércio e 2.284 na agropecuária, além do déficit de 127 vagas nos serviços. 

 

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